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06/01/2013 - 06h30

'O Tatuapé é tradicionalista'

RICARDO GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA

De que Tatuapé estamos falando? Quando escutamos essa pergunta, devemos considerar que há um Tatuapé "de baixo" e um Tatuapé "de cima". O primeiro na região da marginal Tietê e o segundo nas proximidades do nobre bairro Jardim Anália Franco.

No entorno da praça Sílvio Romero, que historicamente apresentou um maior desenvolvimento comercial, notamos que as áreas fabris e de casas foram paulatinamente sendo substituídas por empreendimentos imobiliários, cujo processo de verticalização começou na década de 70.

Com a inauguração da estação Tatuapé da linha 3-vermelha do Metrô, em 1981, houve um incremento no sistema de transporte da região -o que colaborou para atrair mais investimentos para o distrito.

Em 1997, com a instalação do Shopping Metrô Tatuapé, consolidou-se a tendência da implantação de empreendimentos imobiliários no local. Se por um lado, havia um centro de compras "mais popular", dois anos depois, em 1999, iniciaram-se as atividades do Shopping Anália Franco, criando um ambiente mais sofisticado e sendo acompanhado pela implantação de condomínios destinados ao público de maior poder aquisitivo.

Se fizermos uma análise do mercado imobiliário do Tatuapé situado na área do Parque do Piqueri, observamos que o processo de verticalização foi mais lento, pois é uma área de várzea do Rio Tietê.

O Tatuapé é um bairro tradicionalista. Muitas pessoas que nasceram no local lá permanecem e isto transcende gerações; sob a ótica do mercado imobiliário, isso é uma oportunidade de negócio, pois a diversificação de produtos procura atender às expectativas das faixas etárias.

Ou seja, o recém-casado de hoje, consumidor de um apartamento de um ou dois dormitórios, é um potencial comprador de um apartamento de três ou quatro dormitórios amanhã, no mesmo bairro em que foi criado.

No período de 2007 a 2012, o Tatuapé, em número de lançamentos da zona leste, só não suplanta a vizinha Mooca. De acordo com a Geoimovel, mais de 60% dos lançamentos oferecem apartamentos de dois ou três dormitórios, seguidos pelo de quatro dormitórios, o que indica uma diversidade do público-alvo e reforça o tradicionalismo regional.

Atualmente, a premissa da mobilidade urbana faz diferença na análise dos prós e dos contras na hora de adquirir um imóvel numa megalópole com diversas oportunidades, mas também com seus problemas intrínsecos como São Paulo.

Como ainda há disponibilidade de estoque de outorga onerosa no distrito do Tatuapé [mais de 51% para o residencial e 65% para o não residencial, segundo dados da Prefeitura de São Paulo], pode ser que a aposta do mercado imobiliário seja seguir uma tendência do mercado imobiliário com a implantação de empreendimentos multiuso, pois existe infraestrutura local favorável para, pelo menos, analisar esta opção de investimento.

Ricardo Gonçalves é engenheiro civil e coordenador do curso da pós-graduação em negócios imobiliários da FAAP

 

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