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24/02/2013 - 06h30

Lançamento de um quarto cresce 788% em São Paulo

DE SÃO PAULO

O encolhimento médio de 29,5 m² de um imóvel residencial em São Paulo de 2007 a 2012 ocorreu não apenas porque os apartamentos com um dormitório ficaram menores, mas principalmente em razão da alteração no padrão de oferta da cidade.

Construtora diz que espaço é mais bem aproveitado
Imóvel novo em São Paulo encolhe e fica mais caro

Editoria de Arte/Folhapress

Como imóveis com até dois quartos em geral são menores do que aqueles com pelo menos três dormitórios, uma grande elevação na oferta do grupo de apartamentos com menos cômodos e uma queda nos com mais tende a levar a uma diminuição no tamanho médio do imóvel.

Foi o que aconteceu na cidade de São Paulo, onde o número de unidades lançadas com até dois dormitórios teve uma alta expressiva. Já os lançamentos de imóveis com mais quartos, quatro principalmente, despencaram.

A participação de unidades lançadas de um e dois dormitórios em relação ao total vem se elevando ano a ano e praticamente dobrou desde 2007 -de 33,78% para 67,3%, segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).

Com o resultado, houve uma inversão. Se quem beirava os 70% de participação eram os imóveis a partir de três dormitórios, hoje eles representam cerca de 30%.

O volume de lançamentos de um quarto foi o que cresceu com mais força (788%); já as unidades com mais de três dormitórios caíram 80%.

PEQUENOS
Profissionais do setor imobiliário apontam que a maior oferta de imóveis de um e dois dormitórios se explica em razão de dois motivos. Um deles é o número crescente de jovens sem filhos com poder aquisitivo suficiente para comprar imóveis, mas que não necessitam de muitos cômodos. Outro fator é a redução no preço final do imóvel.

Ainda que o valor do metro quadrado do apartamento de um quarto seja o maior da cidade (R$ 9.549), uma unidade custa em média 32,4% menos do que uma de três, por exemplo, por causa da metragem menor.

Editoria de Arte/Folhapress

"A valorização imobiliária obrigou muitas pessoas a comprar imóveis mais compactos", diz o presidente da empresa de pesquisas Datastore, Marcus Araujo.

Hoje, as construtoras atingem um recorde atrás do outro. A MBgucci, por exemplo, planeja lançar um imóvel com 36 m², o menor da história da incorporadora, segundo o diretor de vendas Robson Toneto.

A mesma empresa prevê um de dois dormitórios, com dois banheiros, com 43 m² de área privativa.

Mas já é possível encontrar apartamentos de um dormitório com menos de 30 m². Segundo a Geoimovel, o menor lançado nos últimos seis anos media 24 m².

No outro extremo, imóveis de quatro dormitórios ganharam 24,5 m² de 2009 a 2012 (para 186,6 m²), mas vendem menos. Alguns lançados há cinco anos ainda não foram comercializados.

"No biênio 2007 e 2008, foram lançados mais imóveis com essa configuração do que em toda a década. Nos anos 2011 e 2012, tivemos um acúmulo de estoque, e os descontos foram de 35% em média", diz Luiz Paulo Pompéia, presidente da Embraesp. (DANIEL VASQUES)

Editoria de Arte/Folhapress
 

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