Incorporadores criticam padrões vigentes e propõem 'nova' arquitetura
DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO
Criticar edifícios com muros altos, a predominância bege nas fachadas e a falta de integração entre os empreendimentos imobiliários e a cidade é algo já incorporado ao discurso de ONGs e especialistas da área.
Construtoras 'rebeldes' condenam muros altos e pedem mais integração
Agora, há novas vozes engrossando o coro dos descontentes: os próprios incorporadores.
São jovens empresários, donos de construtoras, em sua maioria recém-lançadas, que defendem a criação ou o resgate da "boa arquitetura". Propõem edifícios que valorizam da inspiração modernista, no caso da incorporadora Moby, à contemporânea, como os da Vitacon.
A bandeira da construtora Huma, criada em 2011, é a integração com a cidade. No Huma Klabin, o primeiro prédio da empresa, a parede do edifício é o limite com a calçada, eliminando muros.
"Honestamente, não sinto a preocupação das construtoras com a cidade. Não se fala em fazer um edifício bom também para o vizinho e para o entorno", diz o proprietário da Huma, Rafael Rossi, herdeiro da construtora Rossi.
Foi ideia sua lançar um abaixo-assinado on-line (até o momento, com cerca de 600 assinaturas) pedindo incentivos na legislação para "estimular empreendimentos que melhorem a cidade". Atento à revisão do Plano Diretor, prevista para este ano, o movimento propõe menos muros, mais jardins abertos para a rua e comércio no térreo.
Para Alexandre Lafer, CEO da Vitacon, falta visão às empresas, que "estacionaram e fazem prédios beges e padronizados". Os projetos da Vitacon dão destaque a fachadas contemporâneas, envidraçadas. "Usamos vidros amarelos e pé-direito triplo. A ideia é trazer design exclusivo. Quem não fizer isso ficará para trás", diz Lafer.
Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato da habitação), esses projetos têm como objetivo atingir um nicho de mercado, o da "moçada de classe média alta que está procurando um novo 'way of life'".
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