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02/10/2013 - 07h30

Design italiano polêmico nos anos 1980 está em galeria de SP

DE SÃO PAULO

Começou ontem (1º), em São Paulo, uma exposição sobre o movimento Memphis, originário de Milão (Itália) e amplamente difundido na década de 1980.

O movimento, que foi duramente criticado, propunha a anti-funcionalidade do design, possível através de uma libertação estética.

As ideias do grupo chegaram ao Brasil pelas mãos do arquiteto italiano radicado no Rio de Janeiro Marco Zanini, que foi assessor direto de Ettore Sottsass, criador do Memphis.

O nome do movimento foi retirado de uma música do cantor norte-americano Bob Dylan chamada "Stuck Inside of Mobile with the Memphis Blues Again" (preso dentro de um veículo com o blues de Memphis novamente), de 1966.

No Brasil, as peças na linha do Memphis adquiriram, inicialmente, uma conotação de "status", consumidas por poucos. Se fossem produzidos em massa, alguns pensavam, os objetos perderiam seu caráter exclusivo e de vanguarda.

A exposição acontece na galeria da Firma Casa (Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1487) e segue até 15 de novembro. As peças expostas poderão ser compradas na galeria.

Veja a entrevista de Marco Zanini à Folha.

Folha - O que propunha o movimento Memphis?
Marco Zanini - Nossa ênfase era mais na aparência do que na verdadeira função do objeto. Estávamos em rumos contrários, por exemplo, ao design moderno da Bauhaus, com suas linhas e formas simples, definidas em função da peça. Nossa grande herança foram os movimentos de vanguarda italianos "radical design" e "anti-design".

Quais as principais características das peças desenvolvidas?
Formas inusitadas e tortas, cores vivas e fortes que traziam elementos da arquitetura clássica e do Kitsch dos anos 1950. Materiais do Art Deco e Pop Art influenciavam. Muitas peças eram produzidas com materiais mais populares, como o granito e os laminados.

Como foi a repercussão do Memphis no Brasil?
Arquitetos e designers de todo o mundo, inclusive no Brasil, abriram discussões em torno da funcionalidade do design. No início dos anos 1980, o design tinha algum papel na elaboração cultural. Nesses anos, muitas coisas mudaram lá em Milão e aqui no Brasil.

O design deve ser funcional?
O tempo muda o conceito de funcionalidade. O termo evoluiu, tudo é relativo. Nada impede que as peças do Memphis sejam usadas com alguma função. Uma estante torta e com uma forma doida, mesmo que não esteja na horizontal, pode abrigar livros. Todas as peças tem uma funcionalidade diferente.

 

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