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03/10/2013 - 06h01

Reforma dá ares de modernidade a casa dos anos 1850 nos EUA

TIM MCKEOUGH
DO NEW YORK TIMES

A restauração começou com uma valente martelada. Robert Highsmith, 31, e Stefanie Brechbuehler, 35, sabiam que em algum lugar dentro da casa que adquiriram havia uma rústica estrutura da década de 1850, mas as adições realizadas no século 20 tornavam quase impossível vê-la.

"Havia uma horrível varandinha na frente, sustentada por duas tábuas parecidas com as que se pode comprar na Home Depot", disse Highsmith. "Eu fiquei pensando que não ligava se a varanda tornava a casa mais confortável; queria arrancá-la; chega a hora em que você simplesmente precisa agir".

E assim começaram nove meses de trabalhos forçados. O casal e os dois sócios do Workstead, um escritório de design que vem ganhando fama em Nova York, dedicavam os finais de semana a arrancar tinta, lixar paredes e remover complementos indesejáveis como revestimento de fibra de amianto e o linóleo do assoalho.

No processo, iam revelando detalhes como o revestimento externo de madeira e o assoalho de tábuas largas, fixadas com pregos de cabeça quadrada.

"Parecia que eu estava despindo alguma coisa", diz Brechbuehler. "Havia aquela coisa linda por baixo daquilo e só precisávamos remover as camadas para chegar até ela".

O casal encontrou a casa pouco depois de seu casamento, realizado pelas redondezas na metade de 2011. Eles se apaixonaram pelas colinas de curvas suaves e pelas sinuosas estradas rurais do condado de Columbia, e sonhavam como seria ter uma casa por lá.

Antes disso, diz Highsmith, "éramos o tipo de pessoa que nem percebia que se pode sair de carro da cidade e chegar a algum lugar completamente diferente". Vivendo em Nova York, ele conta, "você desenvolve essa atitude de que é preciso tomar um avião para o outro lado do país quando quer sair da cidade".

Eles adquiriram a propriedade no final de 2011, por US$ 140 mil, e começaram a planejar sua reforma para o começo do ano seguinte. Mas, jovens e com um negócio em desenvolvimento, eles não tinham como arcar com o custo de uma reforma completa como as que profissionais projetavam.

Em vez disso, fizeram, então, sozinhos a maior parte do trabalho, com a ajuda dos pais em suas visitas e de um vizinho que trabalha como empreiteiro. Como diz Brechbuehler, "nós investimos muito capital em forma de suor".

Depois de considerar planos ambiciosos que envolveriam mudar tudo, diz Highsmith, "nós decidimos baixar a bola, remover as coisas de que não gostávamos na casa e deixá-la simples e bonita".

Ainda assim, isso requeria instalar um novo forro de gesso no piso superior, substituir as janelas deterioradas, localizar e personalizar uma porta antiga que se enquadrasse bem à personalidade da casa e pintar de branco os painéis escuros das paredes.

DEDICAÇÃO INTEGRAL

Um dia, depois de trabalhar até a luz natural acabar, eles decidiram começar a pintar um armário às 2h. A reforma os entusiasmava muito.

"Pintar tudo de branco é o truque mais velho do livro", diz Highsmith. "E existe motivo" - o fato de que a cor branca imediatamente refrescar os aposentos e criar uma sensação de luminosidade, de um ambiente arejado.

O casal limitou o custo da reforma a US$ 30 mil. Por isso, mantiveram o forno existente, cor de mostarda, e o revestimento de laminado nos balcões da cozinha, modernizando os armários com mais uso de tinta branca e grandes puxadores de madeira.

Depois, mobiliaram a casa de dois quartos com uma mistura de objetos baratos descobertos em lojas de antiguidades, móveis e adereços herdados de suas famílias e peças inventivas que eles mesmos personalizaram.

Os amigos sempre se impressionam com o sofá de canto na sala de estar, diz Brechbuehler. É da Ikea, mas foi posicionado sobre pés de madeira invertidos que o casal encontrou na Lowe's.

Highsmith conduziu uma transformação mais extrema em um velho catre do exército, fazendo dele uma mesa de centro ao substituir o estrado de lona por uma tábua. E o "objet d'art" no canto da sala é um balde metálico esmagado que ele encontrou em uma pilha de lixo no sopé da colina atrás da casa.

O interior,inspirado pelos shakers (uma antiga seita religiosa norte-americana), induz o casal a levar uma vida mais simples quando está na casa, diz Brechbuehler. "Decidimos que teríamos finais de semana sem tecnologia", e acrescenta, "às vezes desligamos tudo e não usamos iPads, iPhones e nem assistimos a filmes".

Isso tem o inesperado efeito de prolongar o final de semana, diz Highsmith. "Você percebe como o dia pode ser longo quando não está verificando e-mails o tempo todo", ele afirma.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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