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27/10/2013 - 01h30

Preço alto e estoque levam à queda dos lançamentos de 4 quartos

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Na lanterna no número de imóveis lançados, o segmento de quatro ou mais dormitórios viu o volume ofertado despencar na cidade de São Paulo.

Clientes removem paredes de 4 dormitórios para ampliar salas e suítes

Com grande quantidade de unidades postas à venda, principalmente em 2007 e 2008, esse tipo de apartamentos deixou de ser prioridade das incorporadoras, que passaram a focar os compactos.

Para o público de alta renda e que não abre mão de espaço, os quatro dormitórios continuam a ser mais atrativos não só pelos quartos e vagas na garagem, mas pelo tamanho das unidades.

Elas medem, em geral, mais de 120 m², mas podem ultrapassar os 600 m².

O contador Julio Mocarzel, 52, vai se mudar para um apartamento com 425 m² no Tatuapé (zona leste) –ele já mora no bairro, num menor.

"Meu filho vai fazer um espaço gourmet e um bar temático, e minha mulher quer colocar um piano. Então, quis um imóvel bem grande."

Zé Carlos Barretta/Folhapress
O contador Julio Mocarzel, na cobertura em que vive, na zona leste de São Paulo; ele vai mudar para um apartamento na mesma região com 425 m²
Julio Mocarzel, na cobertura em que vive, na zona leste de SP; ele vai mudar para um apartamento na mesma região com 425 m²

QUEDA
A quantidade de imóveis de quatro dormitórios, que já foi de mais de 10 mil imóveis lançados em 2006 e em 2007, mantém-se abaixo das 3.000 unidades por ano desde 2011, de acordo com a Geoimovel.

O encolhimento das famílias, a maior quantidade de solteiros e o elevado estoque que se formou após o boom de lançamentos dessa tipologia são algumas explicações para a retração.

A principais delas, porém, é a alta do metro quadrado, que fez com que os produtos maiores ficassem com valor muito elevado para boa parte dos clientes.

"Houve uma oferta um pouco maior do que a demanda, e nesse momento o que está ocorrendo é um ajuste", diz Celso Amaral, diretor corporativo da Geoimovel.

Segundo ele, ainda há estoque para ser consumido, o que permite ao comprador fazer suas apostas. "O consumidor tem de fazer uma boa pesquisa, porque hoje o momento é dele, que pode encontrar boas ofertas nos imóveis maiores."

Para não afastar os compradores em razão de um preço muito alto, por causa da elevação do valor do metro quadrado, a solução em São Paulo passou a ser diminuir o imóvel. Isso abriu espaço para lançamentos de apartamentos menores.

Em meados da década passada, os apartamentos de quatro quartos dificilmente mediam menos de 170 m².

MENORES
Hoje são comuns e já há lançamentos com 120 m². Ainda assim, cada vez mais, tornam-se um produto de nicho.

"Um apartamento de 120 m² em um bairro nobre dificilmente vai ter metro quadrado abaixo de R$ 10 mil, ou seja, é um lançamento acima de R$ 1,2 milhão", afirma Paola Alambert, diretora de marketing da imobiliária Abyara Brasil Brokers.

"Hoje há uma liquidez muito maior nos apartamentos menores", afirma.

Para Thiago Vargas, gerente comercial da incorporadora Porte, ainda há espaço para lançar quatro dormitórios. Segundo ele, o cliente se dispõe a pagar mais caro se o imóvel oferece sofisticação. "Quem busca um quatro dormitórios com suítes não quer só preço, mas valorização."

Dalton Guedes, gerente de incorporação da Yuny, ressalta que hoje o mercado se alterou e que a empresa adaptou-se a ele. Nas últimas duas décadas, a Yuny lançou alguns produtos com mais de 200 m². Um deles chegava a 452 m².

"A sofisticação acontecia em altíssimo padrão nos maiores, mas hoje as pessoas têm menos filhos e a necessidade de quatro dormitórios mudou."

Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress
 

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