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02/02/2014 - 01h30

Imóveis de dois e três quartos devem ser 'carro-chefe' em São Paulo

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Com expectativa de crescimento nas vendas e nos lançamentos em 2014, o mercado imobiliário paulistano prepara o terreno para que novos empreendimentos saiam do papel.

Quem busca apartamentos na planta deverá encontrar mais opções na Barra Funda, Itaim Bibi e Pinheiros, na zona oeste, segundo a empresa de pesquisas Geoimovel, que levantou, a pedido da Folha, os distritos com mais lançamentos previstos.

Na Barra Funda, onde torres ocupam o lugar de galpões industriais, 1.647 unidades são anunciadas como futuro lançamento. A maioria é de médio e alto padrão.

Já no Itaim Bibi, o metro quadrado dos lançamentos custa mais de R$ 15 mil (ante cerca de R$ 8.500 da média da cidade). Ainda assim, há à venda imóveis novos com área que ultrapassa os 200 m².

Lucas Lima - 22.ago.2012/Folhapress
Operário percorre prédio em obra na região do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo
Operário percorre prédio ainda em obras na região do parque do Ibirapuera, na zona sul da cidade de São Paulo

Pinheiros ganhou impulso com a chegada do metrô ao largo da Batata em 2010, e incorporadoras apostam com força na região.

Quanto ao número de quartos, a perspectiva é de redução da oferta de um-dormitório, após um salto na participação nos lançamentos de 1,4% em 2007 para 24,4% em 2013. A fatia de dois e três-quartos deve crescer.

Se o ritmo de lançamentos de imóveis de um quarto cresceu muito nos últimos anos, os de dois e três é que devem ganhar espaço em 2014.

Essas duas tipologias predominam nos bairros de classe média, com produtos que vão de perfil econômico a alto padrão, voltados normalmente a famílias que têm ou que querem ter filhos.

"É um público sustentável, não especulativo, a quem gostamos muito de vender", diz o diretor da construtora PDG Mauricio Salles.

Para Enzo Riccetti, diretor da Tecnisa, na cidade, os apartamentos de dois e três dormitórios compactos devem ser o "carro-chefe" dos lançamentos em 2014.

Editoria de arte/Folhapress

INVESTIMENTO

Antecipando-se ao menor apetite de investidores, principais compradores de imóveis de um quarto, as incorporadoras devem reduzir os lançamentos no segmento.

O investidor hoje tem à disposição aplicações financeiras mais rentáveis, resultado das recentes elevações da taxa básica de juros, a Selic.

A poupança fechou ontem com rendimento mensal de 0,61%. Quem compra imóvel para alugar busca, em geral, cobrar a partir de 0,5% do valor do imóvel ao mês.

"O mercado imobiliário trabalha de forma inversa ao mercado financeiro. Se há aumento na taxa de juros, isso realmente desaquece um pouco o investidor puro na área imobiliária", diz Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

Quanto aos imóveis de quatro quartos, a oferta deve permanecer em patamar baixo, mesmo com a redução do estoque após promoções para desovar imóveis encalhados nos últimos anos.

Para Miguel Jorge Filho, administrador da incorporadora Tucuman, a escassez de terrenos grandes em áreas nobres dificulta o lançamento de produtos de altíssimo padrão com mais de 250 m².

O novo Plano Diretor, que deve ser aprovado neste semestre, deverá ter grandes reflexos no mercado a partir de 2015, já que os lançados em 2014 devem, na maioria, ser formados por projetos aprovados sob as regras atuais.

"A tendência com o plano é que os apartamentos nos eixos de transporte público sejam menores", diz Ricardo Laham, diretor de negócios da Brookfield.

Editoria de arte/Folhapress
 

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