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09/03/2014 - 01h30

Com oferta menor que demanda, locação de imóveis exige flexibilidade

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Quem busca um imóvel para alugar em São Paulo esbarra em um cenário que exige flexibilidade.

Para fazer frente à oferta reduzida e ao preço alto, revisar critérios como localização e tamanho podem fazer a conta e o negócio fechar.

"Os preços estão muito altos e a grande demanda é por imóveis de até R$ 1.000", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis).

Viana acrescenta que é comum famílias migrarem para bairros distantes por não terem renda para o aluguel em bairros mais centrais.

Mesmo com o mercado aquecido, deve-se pesquisar bem o imóvel e negociar descontos. Segundo pesquisa do Creci-SP com 403 imobiliárias, os inquilinos conseguiram descontos médios nos preços de locação de 8,3% a 18,6% em dezembro (dado mais recente), dependendo da região da cidade.

A disputa é mais acirrada para quem busca imóveis menores –sobretudo os de um dormitório.

Em janeiro, segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), o tempo médio de locação de um apartamento de um quarto foi de apenas 20 dias, ante 27 no caso do de dois e 43 no de três.

COMPACTOS

Os imóveis menores são os preferidos da maioria dos clientes, mas a sua oferta é bastante inferior à demanda. E o quadro se agrava perto de estações de metrô e de universidades e em regiões nobres ou centrais da capital paulista.

Segundo levantamento do portal VivaReal, com base em buscas na internet e em 1,8 milhão de anúncios, as residências de até dois dormitórios são procuradas por 77% dos interessados em alugar um imóvel, mas a disponibilidade corresponde a 50% do total.

No caso do um-dormitório, a diferença entre a procura e a oferta é ainda mais intensa, tornando esses produtos os mais disputados, caros (por valor do metro quadrado) e com locação mais rápida.

Editoria de Arte/Folhapress

"Gente do Brasil inteiro vem para São Paulo estudar, trabalhar e fazer residência", diz Roseli Hernandes, da imobiliária Lello.

"A procura é enorme e em alguns bairros dá para contar nos dedos os imóveis de um dormitório disponíveis."

Segundo ela, grande parte das pessoas que procuram a locação desiste ao ver que os preços são mais altos do que podem pagar.

"Quanto mais flexível, mais fácil de alugar. Se não dá em um bairro, procure em outro perto. Se não encontrou um com um dormitório, tente ver um de dois um pouco menor", recomenda.

FOCO

A escassez de unidades menores é explicada, sobretudo, pelo foco das construtoras em três e quatro quartos na segunda metade da década passada, quando houve um boom no mercado.

A estratégia permitiu vender unidades de alto padrão, muito amplas e com valores elevados. Mas com oferta e preço do metro quadrado em alta, abriu-se espaço para os lançamentos de um-quarto.

Hoje se tornaram uma tendência no mercado de lançamentos, mas ainda não impedem a escassez, já que um empreendimento leva em torno de três anos para ficar pronto.

Diferentemente das quitinetes, comuns no centro, os novos compactos são projetos de alto padrão com muitos serviços pay-per-use (pague pelo uso), quase sempre com arquitetura moderna e condomínio com espaços como academia, salão de festas e piscina.

Eles, no entanto, não representam um alívio para o bolso de quem procura alternativas econômicas, já que ficam em áreas nobres.

O aluguel facilmente custa acima de R$ 2.500, mesmo no caso de apartamentos com apenas cerca de 30 m².

Zanone Fraissat/Folhapress
Localização foi um dos fatores que levaram a advogada Daniela Volpe a pesquisar dez imóveis até encontrar um que lhe agradasse
Localização foi um dos fatores que levaram Daniela Volpe a pesquisar dez imóveis até encontrar um que lhe agradasse

Para Fernando Sita, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca, a comodidade dos serviços e a localização são chamarizes desses empreendimentos.

"Hoje, com o trânsito intenso, qualidade de vida é morar perto do trabalho."

Localização foi justamente um dos fatores que levaram a advogada Daniela Della Volpe, 33, a pesquisar dez imóveis até encontrar um que lhe agradasse, na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo). Achou um perto do trabalho, com boa estrutura e serviços variados no condomínio.

"Eu morava em um bem mais simples nos Jardins e pagava quase o mesmo valor. Valeu a pena pesquisar e pechinchar", afirma Daniela, a primeira moradora do apartamento recém-alugado.

 

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