Número de condôminos define custo de operação de gerador
DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO
Instalar um gerador de energia traz mais conforto e segurança, mas a proposta precisa ser debatida pelos condôminos.
Editoria de Arte/Folhapress |
Gerador de energia |
Editoria de Arte/Folhapress |
Gerador de energia 2 |
A ressalva ocorre porque o gerador representa um custo muitas vezes alto e o aparelho deverá ser usado apenas esporadicamente. A autonomia também é limitada e fica em torno de oito horas, dependendo da capacidade de combustível.
Na hora de investir, é preciso levar em conta que, em regra, quanto mais unidades em uma torre, menor o valor pago por condômino -quando o gerador garante energia apenas na área comum.
Apesar de reconhecer a utilidade, o síndico Giuliano Gueratto, 32, aponta o preço como um desestímulo. Segundo ele, não há "folga financeira"nas contas do condomínio que permita a aquisição. O prédio em que ele mora e que também administra tem 24 apartamentos.
Já o engenheiro aposentado Luiz Facchini, 64, que mora no 17º andar de um edifício na zona sul, conta que o gerador pesou na escolha. O item estava sendo instalado quando ele fechou o negócio.
Segundo Abraham Curi, diretor-executivo da Tecnogera, que atua no segmento, o mercado está aquecido. "A nossa demanda de aluguel de geradores por condomínios residenciais aumentou entre 60% e 70% nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano passado."
CUSTOS
Dois fatores principais influenciam o custo de ter um gerador no empreendimento. Um deles é a potência do aparelho -isso quanto mais capacidade, mais caro.
Outro ponto é a instalação. Se houver espaço disponível para colocar o gerador, em geral no subsolo ela tende a ser mais simples e barata.
Segundo José Luiz Martin, gerente de vendas e marketing da empresa Cummins Power Generation, em média, a compra de um equipamento para garantir energia para uma torre de 20 andares sai a partir de R$ 60 mil. Nessa conta, ele considera atendimento a uma portaria básica, área comum e um elevador.
Com o preço pago pela colocação, o custo pode passar de R$ 100 mil. Dividindo a conta com os condôminos e estimando quatro unidades por andar, cada proprietário pagaria R$ 1.250.
Para Nilton Savieto, membro do conselho de síndicos do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) e administrador de 12 prédios em São Paulo, se o objetivo é iluminar também os apartamentos, o custo com a instalação corresponde a mais 100% ou 120% do preço pago.
A razão é que, nesse caso, a instalação é mais complexa e é feita imóvel por imóvel. O aparelho também é mais caro e pode custar mais de R$ 350 mil, dependendo da potência.
Zé Carlos Barretta/Folhapress | ||
O aposentado Luiz Facchini, 64, escolher morar em prédio que tivesse gerador de energia |
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