Com terraço amplo e florido, casal leva 'clima' do Rio para apartamento nos EUA
ELAINE LOUIE
DO "NEW YORK TIMES", EM NOVA YORK
Cristiane Peixoto, 51, designer floral, e seu marido Marcus Silberman, 52, executivo de um banco de investimento, são do Rio de Janeiro e, como diz Peixoto, "a vida no Rio é estar na praia, é estar a céu aberto".
Assim, quando o casal comprou um apartamento para a família em Manhattan, em Nova York, escolheram um imóvel cujo espaço aberto é tão grande quanto o fechado.
"Quando vimos o terraço", ela diz, "surgiram imediatamente lembranças do Rio".
Agora, de maio a setembro, o casal e seus dois filhos vivem como fariam no Brasil, passando muito tempo ao ar livre em seu terraço de 180 metros quadrados.
Peter Pawlak, o arquiteto que comandou a reforma do apartamento no Upper East Side, adquirido por US$ 4,5 milhões em 2011, realizou o que define como "uma intervenção", e não uma reforma completa, no espaço fechado, também com 180 metros quadrados.
Pawlak removeu algumas paredes, mas manteve intocados os pisos e o teto com pé direito de três metros. O terraço foi mantido mais ou menos como era. A reforma, concluída no ano passado, custou US$ 400 mil.
DESIGN FLORAL
A flora tropical do Brasil não conseguiria resistir a um inverno de Nova York. Por isso, o casal contratou Maureen Hackett, que projetou o espaço aberto em três níveis em 2005 para um proprietário anterior (e também é uma das paisagistas do Bryant Park).
Hackett tinha a missão de refrescar as plantas existentes –bordos vermelhos japoneses, com suas folhas cor de vinho, bétulas negras com casca escamosa clara e cornáceas americanas de flores brancas.
No final de março, Hackett introduz cíclames, amores perfeitos e tulipas em vasos. Na metade de maio, ela remove essas plantas e coloca petúnias, cleomes, coleus, sálvia e hidrângeas.
Na metade do ano, no verão norte-americano, ela faz visitas mensais para fertilizar e podar as plantas e verificar a irrigação. Quando começa a nevar, em outubro ou novembro, ela remove as plantas sazonais.
TRÊS EM UM
O conceito original de Hackett para o terraço continua em vigor. "A ideia era que ele se assemelhasse a três ambientes", diz a paisagista. "Projetei os deques, os canteiros, a grama, a barraca".
Mas Pawlak acrescentou móveis que ele mesmo desenhou e instalou um chuveiro externo e iluminação adicional.
À MODA DA CASA
Do lado de dentro, ele perguntou o que cada membro da família queria. Olivia, 18, pediu um quarto minimalista. "Faça parecer que eu não sou dona de coisa alguma", ela pediu a Pawlak.
Nicholas, 15, tinha uma longa lista de desejos, entre os quais "uma cama que servisse como sofá para eu me esticar e assistir TV" e um lugar para exibir seus troféus de futebol.
Peixoto escolheu a paleta geral de cores, dominada pelo branco. "Gosto dos neutros", disse. E Silberman queria uma rede Wi-Fi e um sistema de som que funcionasse tanto dentro quanto fora do apartamento –mesmo no banheiro, onde há um vaso sanitário Inax com um sistema de música.
Mas havia uma coisa com a qual todos concordavam: pediram que Pawlak cobrisse a lareira na sala de estar. O que muitos norte-americanos consideram um luxo, aos brasileiros parece inútil.
"Não fomos criados com lareiras, não a usamos", diz Peixoto.
Nem mesmo no inverno do vórtice polar?
Silberman, que viaja ao Brasil a trabalho duas vezes por mês, foi firme: "Não, prefiro não ter inverno".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade