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01/07/2014 - 07h49

Casal reforma igreja para moradia e ressalta elementos originais

NICK AMIES
DO "NEW YORK TIMES"

Quando Ronald Olthof e sua companheira, Sofie Suiker, decidiram comprar uma casa, o primeiro instinto dos dois foi procurar uma construção antiga que pudessem reformar. Talvez um espaço industrial abandonado.
Jamais imaginaram que poderiam terminar com uma igreja. Mas isso foi antes que um poder mais alto interviesse.

"Nós originalmente queríamos comprar uma antiga fábrica", diz Olthof, 39, arquiteto no escritório Leijh, Kappelhoff, Seckel, van den Dobbelsteen, em Hengelo, cidade no leste da Holanda. E eles quase o fizeram, segundo Olthof. "Mas o negócio deu errado".

Depois, eles viram por acaso uma igreja abandonada na cidadezinha de Haarlo, perto de onde viviam. E sentiram alguma coisa positiva quanto ao lugar, ele conta. Especialmente depois de conversarem com alguns dos vizinhos.

"Descobrimos que um deles vinha de Amsterdã, a cidade natal de Sofie. E outro de Borne, minha cidade natal", ele diz.

Foi só quando voltaram para casa a fim de considerar a questão que receberam o sinal definitivo de que a igreja era o lugar certo para eles: encontraram uma carta os informando de que a casa em que viviam como inquilinos seria demolida.

Suiker, 37, estava convencida. "Quanto mais sinais dos céus serão necessários?", ela perguntou a Olthof.

Depois de discutir o assunto, em março de 2011 o casal comprou a capela construída em 1928, que era usada pela Igreja Reformada Holandesa, por 130 mil euros (cerca de US$ 177 mil), e decidiram convertê-la em lar.

Porque Olthof é arquiteto e Suker é estilista e gerente de decoração de vitrines da grife de moda Gant, eles decidiram cuidar sozinhos do planejamento e design.

O conceito que desenvolveram era simples: enxugar, ou seja, reduzir a edificação aos seus elementos essenciais, e isolar, ou seja, enfatizar os mais interessantes desses elementos cercando-os com muito espaço E, por fim, mobiliar (sucintamente).

"Fizemos a escolha deliberada de não encher todo o espaço de 1.100 metros cúbicos com o máximo possível de cômodos, e em lugar disso minimizar as demandas a fim de manter a construção espaçosa", diz Olthof. "Queríamos mudar o mínimo possível".

Ainda assim, havia muito trabalho a realizar. Eles encheram diversas caçambas de entulho e removeram três tetos, um piso de madeira, alguns painéis de madeira nas paredes e um anexo mal construído adicionado nos anos 60.

A reforma foi enfim concluída em junho de 2012 a um custo de cerca de 25 mil euros.

A transformação é uma mistura atraente do "paradisíaco" e do terreno. Os visitantes são recebidos por um mural de anjos, em um cinzento discreto, e por um interior de gesso branco que brilha com a luz filtrada pelos vitrais restaurados –e logo adiante encontram uma escadaria vermelho sangue que conduz à suíte máster no segundo piso. A escadaria se apoia em uma estrutura moderna revestida em material reciclado dos pisos da igreja, que também serve para armazenagem e para algumas funções de cozinha. (O casal define a escada como sua "Stairway to Have Fun").

GÊMEOS

Onde ficava o altar agora fica o escritório caseiro. Do lado oposto da nave, perto da entrada, ficará o quarto de bebês (eles estão esperando gêmeos para agosto). E o jardim do mosteiro foi transformado em uma área de recreação para o casal, com um rebanho do que eles definem como suas "ovelhas errantes" - pequeninas e feitas de madeira.

"Temos um lema que resume a essência da casa para nós: acalente sua criança interior, mantenha-se puro, brincalhão, curioso e um pouquinho sacana", diz Olthof. "Acho que o design de nossa casa representa isso".

Ele acrescenta: "Honramos o sacro, mas trazemos algo de inocente e brincalhão à sua forma moderna".

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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