Revestimento pode ter vida curta; veja como não ficar na mão durante a obra
DE SÃO PAULO
Em meio a uma gama gigantesca de cores, estampas e texturas, a escolha do revestimento exige uma série de cuidados a fim de evitar transtornos durante a obra.
Isso porque nem tudo o que consta nos catálogos dos fabricantes está em produção ou disponível na quantidade necessária na loja.
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"Se a linha não tem saída boa e rápida, as empresas tiram do mercado", diz o arquiteto Adriano Mascarenhas.
Ocorre também que a dinâmica de lançamentos da indústria de revestimentos, a exemplo da de moda, segue tendências sazonais e tecnológicas para direcionar o portfólio. Em geral, há novas coleções a cada seis meses.
Para a reforma da casa de 100 m² do auditor Silvio Takahashi, 41, no Morumbi (zona oeste de São Paulo), a designer Solange Guerra previu porcelanato polido bege na sala, na cozinha e no lavabo.
Mesmo depois de checar com a empresa a oferta do produto, Guerra e Takahashi tiveram uma surpresa. No intervalo de um mês, o produto já tinha saído de linha, e o estoque, acabado.
Takahashi diz que conferiu o material no mostruário da loja e chegou a efetuar a compra. "Já tinha pago, quando me disseram que o piso não estava mais disponível".
Para não prejudicar o cronograma da obra, eles elegeram outro modelo.
"É muito frustrante. Não tive tempo de processar se a substituição era a melhor", diz Takahashi.
A descontinuidade (ou desistência) na produção de peças de revestimento pela indústria assombra os arquitetos e designers. A oferta também pode ser um problema para quem precisa repor o material durante a construção ou reforma.
Arquitetos e designers reclamam que muito fornecedores usam as feiras do setor como um "termômetro" do mercado, e alguns lançamentos não chegam a acontecer –ficam apenas na promessa.
"Pensamos o projeto para que tudo combine e, na hora de fechar o negócio, o produto apresentado na feira não entrou em produção", diz a arquiteta Claudia Krakowiak.
Paulo Roberto Gava Niehues, gerente de desenvolvimento da Cerâmica Portinari, afirma que, de fato, muitas empresas enfrentam problemas no planejamento de suas coleções.
"O setor não trabalha adequadamente com os lançamentos. Eles vendem um preço que não sabem se é o real porque ainda não têm a comprovação da viabilidade industrial das peças".
Outra queixa dos profissionais é que eles não costumam ser avisados quando um produto sai de linha. "A informação chega nas revendas, mas não nos arquitetos", afirma Krakowiak.
Os fabricantes alegam que a comunicação é difícil. "Avisamos os revendedores e tiramos o produto do site, mas é impossível informar todos os arquitetos", diz Marco Sedrez, presidente da Mosarte.
Disponibilizar informação é um dever do fornecedor que consta no Código de Defesa do Consumidor, explica Selma do Amaral, diretora de atendimento do Procon-SP.
Sérgio Ruzza, coordenador de design e portfólio da fabricante Eliane, diz que a empresa comunica o mercado 90 dias antes de tirar uma linha de produção. Segundo Niehues e Sedrez, após o aviso de interrupção, ainda leva seis meses para uma peça ter sua fabricação totalmente suspensa.
PLANEJAMENTO
Além de um cronograma de obras com margem para imprevistos, alguns cuidados ajudam a evitar ou lidar com a descontinuidade de peças.
Quando vir um produto que goste, confira com o fornecedor ou revendedor se a peça está em produção, se há quantidade suficiente e se a linha é vendida no varejo.
Inclua no pedido peças de reserva, principalmente se a obra for em banheiros e cozinha. Revendedores indicam que a reserva seja de 10% a 15% da compra, mas, com as peças cada vez maiores, esse número é relativo.
Uma prática relativamente comum é os fabricantes ajudarem a fazer o "tracking" para o consumidor –ou seja, mapear onde ainda há o seu produto disponível.
Colaborou ANAÏS FERNANDES
Carolina Daffara Ferreira/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Ilustração Carolina Daffara Ferreira/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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