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21/09/2014 - 01h30

Nova geração de designers imprime grife à marcenaria tradicional

BIANCA ALVARENGA
DE SÃO PAULO

O arquiteto Paulo Alves, 49, e as designers Mariane Barcellos, 28, e Juliana Llussá, 40, fazem parte de uma nova geração de marceneiros em atividade em São Paulo.

A proposta destes profissionais é imprimir valor artístico às peças. E o resultado é a criação de uma marcenaria de grife, voltada para o segmento de alto padrão.

Para tanto, eles deixam para trás a informalidade das marcenarias de bairro e trazem à tona um mercado mais profissionalizado, mas ainda artesanal.

Compare as diferenças entre a marcenaria de luxo e a de bairro
Marcenaria de bairro ganha cliente no preço

Aliar o gosto do consumidor, que busca um produto exclusivo, à identidade da marcenaria é um dos principais desafios para as empresas, mas também o maior trunfo.

Diferentemente das marcenarias de bairro, eles não replicam móveis de outros designers e valorizam as características das peças esculpidas em madeira.

Tal exclusividade é o que atrai parte dos consumidores às lojas das marcenarias. A outra parte da clientela quer móveis do showroom, assinados pelos designers.

Para atender os desejos, eles cobram até 20% mais que outras lojas de móveis.

Com móveis mais caros, a marcenaria de grife precisa mostrar serviço para diferenciar-se dos marceneiros de bairro e das lojas de móveis feitos em módulos ou em larga escala.

"Oferecemos muitos diferenciais, mas alguns clientes não deixam de comparar nossos preços com os da grande indústria", lamenta Juliana Llussá, da Llussá Marcenaria.

Para Paulo Alves, da Marcenaria São Paulo, o consumidor começa a perceber a marcenaria como uma maneira de aliar arte, funcionalidade e identidade pessoal.

"Todo mundo quer se sentir especial. O cliente fala sobre a própria vida e conta porque quer aquele móvel", diz Mariane, da Marcenaria São Benedito.

Conheça mais sobre o trabalho desses profissionais e compare com a dinâmica da marcenaria tradicional:

MARIANE BARCELLOS - MARCENARIA SÃO BENEDITO
Mariane Barcellos circula desde pequena pelo galpão de marcenaria do pai, fundada há 25 anos.

Atualmente eles trabalham juntos na Marcenaria São Benedito, aberta por ela em 2012 em Embu das Artes. Mariane atua como designer e o pai como marceneiro.

A marca do trabalho dela é a matéria-prima: todas as peças são feitas em madeira de demolição.

"O material é muito resistente, porque já passou por diversas alterações", diz ela.

As peças do showroom vendem mais, em especial as grafitadas, mas também há móveis exclusivos.

PAULO ALVES - MARCENARIA SP
O interesse pelo trabalho com móveis surgiu quando Paulo Alves tinha aulas de marcenaria na escola.

O passatempo infantil acabou tornando-se a profissão de mais de 20 anos na carreira do arquiteto.

Dono da Marcenaria SP, na Vila Madalena, zona oeste, ele comanda o showroom e o ateliê, espaço reservado para o atendimento aos clientes que procuram peças personalizadas.

Além dos móveis para casa, ele assina o mobiliário de unidades do SESC na capital.

"É um ofício de artesão, feito com cuidado e sensibilidade artística", define ele.

JULIANA LLUSSÁ - LLUSSÁ MARCENARIA

A designer Juliana Llussá abriu a Llussá Marcenaria há dez anos e pôde acompanhar a expansão recente da demanda.

"Novos designers estão abrindo lojas. O setor está bem mais competitivo", diz.

O ateliê, localizado no bairro de Jardins, tem um showroom com móveis que podem ser encomendados, com pequenos ajustes. Em geral, adapta o tamanho.

Algumas lojas multimarcas no interior de São Paulo e em outros estados, como Rio, Brasília e Salvador também vendem os móveis da designer.

 

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