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05/10/2014 - 01h30

Edifício 'treme-treme' marca auge e declínio de rua no centro de SP

BIANCA ALVARENGA
DE SÃO PAULO

O edifício 14 Bis, conhecido popularmente como "treme-treme", completará 60 anos de construção no próximo ano e seguirá como um ponto histórico na rua Paim.

O apelido foi dado por causa do balanço do prédio com o vento e por causa da má fama do prédio, que fazia qualquer um "tremer".

Projeto modernista do arquiteto Aron Kogan (o mesmo que desenhou outros "treme-tremes", como o São Vito e o Mercúrio), ele faz parte do complexo Santos Dumont, que integra ainda os edifícios Demoiselle e Caravelle.

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A construção abrigou, ainda na década de 50, a classe média alta e boêmia de São Paulo.

"Por motivos diversos, estas pessoas se afastaram do centro e foram morar em outras regiões, como na zona sul", conta o urbanista Guilherme Wisnik.

O prédio começou a se deteriorar com a chegada de traficantes e prostitutas aos apartamentos, levando o 14 Bis e a própria Paim a ficarem estigmatizados.

Com 499 apartamentos, o treme-treme abriga atualmente mais de 1.600 pessoas.

Os moradores dizem que, até recentemente, o tráfico de drogas acontecia livremente na porta dos edifícios.

Os novos empreendimentos trouxeram, além da vigilância das portarias, mais policiamento. E os altos valores dos lançamentos puxaram a valorização dos apartamentos do próprio conjunto do 14 Bis.

"Antigamente, os moradores transferiam a chave [quando não há venda oficial] por R$ 5.000. Hoje não se acha apartamento no prédio por menos de R$ 150 mil. E ainda assim, quase não tem gente vendendo", conta Marcos de Souza, gerente de um restaurante localizado em frente ao prédio histórico.

Ele também foi morador do edifício e conta que se mudou, neste ano, para um prédio em uma rua próxima porque quer mais sossego.

Já o vigia de um galpão na rua Paim afirma que teve que se mudar do prédio Demoiselle por causa do preço do aluguel.

Ele diz que, há cinco anos, quando se mudou, a locação e o condomínio custavam em torno de R$ 300.

Neste ano, ele viu o custo triplicar e transferiu-se para um imóvel na zona leste de São Paulo.

 

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