Publicidade
09/11/2014 - 01h30

Com mercado fraco, conheça as chances de fazer do imóvel um bom investimento

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

"Imóvel é o melhor investimento" e "o preço dos imóveis nunca cai" são frases muito repetidas e que, às vezes, são tomadas por verdade, não importa a situação.

Simulação ajuda na decisão de investir em imóveis; confira
Pessimismo com a economia afugenta investidor de imóveis

Mas a compra de um imóvel, como em qualquer decisão de investimento ou compra, precisa ser analisada com muita atenção. Em um cenário de desaceleração nos preços e queda nas vendas, como o atual, mais ainda.

Em 2010, com o mercado aquecido, os preços dos lançamentos cresceram, em média, 33,5%, segundo dados da Embraesp. Comprar na planta e revender quase sempre era bom negócio.

Hoje, porém, a valorização apenas acompanha a inflação oficial. Em 2014, o IPCA acumula alta de 4,61%, e os preços de lançamentos, 4,78%.

Um investimento imobiliário não deve ser feito só com a calculadora na mão, embora ela seja indispensável.

Considerados bens de patrimônio, os imóveis devem ser pensados a longo prazo. Antes de fechar a compra é preciso levar em conta, por exemplo, o estado do imóvel, a localização e o tempo gasto com reforma.

Zanone Fraissat/Folhapress
José Henrique Martins Lopes, 43, analista de sistemas, comprou um imóvel na planta para revender
José Henrique Martins Lopes, 43, analista de sistemas, comprou um imóvel na planta para revender

Com a valorização rápida e alta dos imóveis (como há cerca de cinco anos), a chance de errar ao comprar uma unidade para investir era menor. Hoje, as oportunidades têm de ser garimpadas e o aluguel ganha a preferência de investimento, em vez da compra para revenda.

E, antes de fechar o negócio, é bom lembrar que, diferentemente do que se diz, nem sempre o apartamento na planta é mais barato.

Como o estoque de imóveis prontos das construtoras está elevado, muitas oferecem descontos, podendo reverter essa "lógica", lembra Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers.

Qualquer que seja o motivo do investimento, a compra de um imóvel exige uma intensa investigação do bairro. Porém, fazer isso e verificar se o imóvel cabe no orçamento não basta

É preciso estudar a demanda por determinado perfil de imóvel na região, comparar preços e analisar os custos com a documentação.

Um ponto essencial é calcular as despesas com documentação e a reforma do imóvel e considerar que há risco de ele ficar vago.

Se isso acontece, além de não receber os valores previstos com a locação, o proprietário arca com a taxa de condomínio, IPTU e a manutenção do imóvel. "É prejuízo", sentencia Valter Police, planejador financeiro pessoal.

DESCONTOS

Deve-se lembrar também de descontar o imposto de renda, que pode chegar a 27,5% dos rendimentos do aluguel –modalidade que é vista "como a previdência privada do brasileiro", segundo Alexandre Lafer, proprietário da incorporadora Vitacon.

Como os preços dos imóveis desaceleram, a compra é mais indicada se pensada no longo prazo ou quando há uma alternativa em mente.

Vitor Marques, presidente da incorporadora Marques, diz que muitos investidores deixam a porta aberta para usar ou dar o apartamento a alguém da família."Ele compra e aluga, mas se precisar vender, vende. Se for para deixar para o filho, ele deixa", exemplifica.

O analista de sistemas José Henrique Martins Lopes, 43, adquiriu um apartamento na planta na região central da capital paulista há dois anos. O objetivo era revendê-lo ou alugá-lo.
Mas a "concorrência" aumentou, com outros prédios que subiram no local, e ele já cogita ter o bem para uso próprio –a menos que consiga uma boa oferta para venda ou locação.

DÍVIDA CRESCE

No caso do professor Luiz Fernando Fernandes da Silva, 31, a compra foi para moradia, mas a possibilidade de investimento veio por acaso.

Como acontece com os apartamentos comprados na planta, o valor do imóvel foi corrigido durante a obra. Com o consequente aumento na dívida, ele vislumbra dificuldades para conseguir o financiamento bancário.

Se isso acontecer, terá como saída pedir o cancelamento do contrato com a incorporadora, perdendo parte do valor pago, retido pela empresa como parte de custos administrativos.

Por isso, ele tenta vender o imóvel, que se valorizou durante a obra, por cerca de R$ 100 mil (mais o valor a ser financiado). Como até o momento Silva desembolsou R$ 70 mil, terá um lucro de cerca de 40% se fechar negócio.

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um imóvel









pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag