Tempestades mudam a rotina até mesmo dentro de casa

Raios e ventos fortes têm apavorado os paulistanos mesmo dentro de casa durante as tempestades.

Segundo relatório do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apenas nos primeiros 14 dias deste ano 4.567 raios caíram na cidade de SP. No mesmo período do ano passado foram 2.131, aumento de 114%.

Para evitar sustos e problemas, o diretor da Aabic (associação de condomínios), Omar Anauate, diz que é necessário fazer manutenção preventiva nos prédios, sobretudo em relação a árvores, para-raios e geradores.

Checar a bomba para sucção da água em garagens subterrâneas e limpar calhas e jardins também é essencial, segundo Valnei Ribeiro, gerente da administradora de condomínios Apsa.

Por mais que as rajadas de vento impressionem, as persianas e janelas de vidro não devem ser motivo de preocupação caso permaneçam fechadas, segundo Eduardo Peretti, engenheiro da STR Incorporações & Engenharia. "As esquadrias, quando submetidas à pressão, não podem apresentar ruptura ou colapso de vidros. A ABNT atribui especificações técnicas mínimas para cada uma."

Segundo os arquitetos Beto Monzon e Rodrigo Kolton, do escritório RK Arquitetura & Design, os vidros usados na janela devem ter de 3 mm a 4 mm para dar mais segurança. Eles recomendam também o uso de vedações do tipo EPDM (etileno propileno dieno, uma borracha com alta resistência ao calor).

Esquecer janelas abertas ainda é um problema, mas, segundo as arquitetas Camila Klein e Andréia Carla Médice, já não provoca tanto estrago. "Hoje, a maioria das tintas de parede evita alterações no gesso, caso ele receba chuva ou umedeça", diz Camila. Mesmo sem tintas especiais, o gesso só terá problemas em situações muito extremas. "Ele poderá ficar, no máximo, amarelado. Neste caso, é preciso descascar, lixar e pintar o local novamente", explica Andréia.

No caso de piso de madeira, se for impermeabilizado, não há ameaças.

ESFARELANDO

Em relação ao papel de parede, Karen Mitkus, diretora da empresa Nuccali, especializada na colocação do produto, diz que o efeito da chuva dependerá da qualidade do material. "Há papéis de materiais vinílicos que podem ser lavados com água e aguentam muita chuva. Mas há outros feitos de materiais mais frágeis que realmente se desmancham", afirma.

Para evitar transtornos, antes de colocar o produto, ela recomenda conversar com a empresa e avaliar se a parede pode sofrer com umidade ou tomar chuva.

"Se molhar e tiver problemas, é preciso raspar, retirar esse produto e aplicar um novo, com o mesmo desenho, no local. Não é algo tão difícil", observa.

	Editoria de Arte/Folhapress