Casal troca casa na praia por vida rural e redecora fazenda do século 19

Sam Grubman, 55, e Paul Morris, 54, tiveram uma casa na praia por 25 anos, mas decidiram trocá-la por uma no bosque. E não pelo mais feliz dos motivos, ao menos inicialmente: Grubman, que é alergista, estava sofrendo de um melanoma.

"Sabíamos que seria uma má decisão continuar passando muito tempo ao sol", disse Morris, marchand, fundador e diretor da feira de arte Armory Show. "E quando fizemos as contas, percebemos que seria possível ter um lugar maior".

Assim, em 2009, depois de vender a casa que tinham em Fire Island, os dois compraram uma casa de fazenda com cinco quartos no interior do Estado de Nova York, por US$ 800 mil.

A casa dispõe de 5,2 hectares de terreno arborizado, e inclui um lago de quase um hectare e cerca de quatro dúzias de macieiras que datam da metade do século 19, quando a casa foi construída.

Na casa também havia muito que amar: uma banheira antiga, com pés de ferro, instalada no meio do quarto principal, e uma sala de estar com pé direito duplo, aberta ao piso superior, e repleta de estantes.

Ainda melhor era o fato de que não havia necessidade de uma reforma, porque os proprietários precedentes já haviam feito muita coisa. Por isso, o casal se contentou em construir um deque à beira do lago.

Mas foi trabalhoso para eles se acomodar na casa.

"Amamos a casa, mas demoramos um pouco para descobrir como usá-la em cada estação do ano", disse Morris.

Para Grubman, parte da resposta envolveu aprender a cuidar do jardim. Criado no Brooklyn, ele não teve muito contato com o verde. E na praia, jardinagem não era parte de sua agenda.

Mas Grubman fez um curso de jardinagem no Jardim Botânico de Nova York e plantou árvores e criou elaborados canteiros em toda a propriedade, cuidando das árvores velhas, especialmente no inverno, quando a neve pesada precisa ser retirada de seus galhos para impedir que se quebrem.

Morris, ávido colecionador de arte, mergulhou na decoração, enfeitando a casa com obras de arte que são parte de sua coleção iniciada há mais de 30 anos. "É difícil posicionar peças na casa porque ela tem janelas demais".

Havia muito espaço a mobiliar, além disso: cerca de 290 metros quadrados. Por isso, ele preparou uma lista de toda mobília de que o casal precisava e contratou uma marcenaria licenciada para reproduzir os móveis E. J. Audi e produzir cerca de duas dúzias dessas peças.

Passados cinco anos, eles por fim terminaram de decorar a casa e se aclimataram à vida rural, que parece lhes servir bem, apesar dos desafios envolvidos em viver em uma casa velha, dotada de uma fundação antiquada, quase porosa.

"Encontramos muitos animais que invadiram a casa, como esquilos e cobras", disse Morris.

E recentemente, ele acrescentou, as percepções sobre o interior do Estado de Nova York mudaram radicalmente. Agora, morar aqui é a nova onda.

Tradução de PAULO MIGLIACCI