Busca por jovens talentos do design começa na universidade

O mineiro Fernando Borges, 28, se inspirou na falta de espaço das casas dos amigos para criar um móvel que vira aparador, penteadeira, criado-mudo. Já Pedro Bezerra, 31, imprimiu as cores do interior pernambucano nos banquinhos Peter, que, agrupados, viram estante e armário.

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Eles foram selecionados para apresentar suas peças na mostra "Jovens Designers", aberta até o dia 29/3 no Museu da Casa Brasileira (av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705, Jd. Paulistano, zona oeste).

A exposição reúne protótipos desenvolvidos por alunos de design, selecionados em 23 universidades.

Há desde projetos ousados, como a poltrona que lembra um prato gigante de feijão com arroz, do estudante Gabriel Pasetti, do Paraná, até iniciativas como a Cozinha Compacta Universal, de Érica Campanha, 25, para deficientes físicos que moram em apartamentos compactos.

Para Jéthero Miranda, professor do Centro Universitário Belas Artes, em São Paulo, e vice-presidente da ABD (associação de designers), as feiras resolvem um problema comum aos novatos -a divulgação do trabalho. "São espaços para mostrar o potencial."

Na opinião dele, desenhar, produzir e negociar, fazendo bem as três coisas, desafia qualquer profissional, sobretudo os iniciantes. Para isso, Miranda recomenda entrar em contato com empresas e mostrar interesse e disposição ainda na universidade.

"Um dilema do mercado é que as faculdades, em geral, não ensinam o processo de fabricação, a lidar com fornecedores e a superar os percalços do início de maneira prática", observa Gabriel Hamsi, da loja Oppa.

	Davi Ribeiro/Folhapress
	Fernando Borges, com as colegas da mostra 'Jovens Designers', exibe sua peça multiúso