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22/02/2015 - 01h30

Novos designers conhecem o mercado e traçam parcerias para ter destaque

DOUGLAS GAVRAS
DE SÃO PAULO

Enquanto busca soluções para a vida real, o design brasileiro de móveis vê surgir uma geração de profissionais preocupados em aliar identidade própria às necessidades do mercado.

Com a internet como aliada, eles buscam diretamente as empresas. A partir desse contato, os jovens alcançam uma espécie de lista de "bons para trabalhar", trocada entre curadores e revendedores.

Busca por jovens talentos do design começa na universidade
Profissionais consagrados fazem suas apostas em jovens designers

Apesar do crescimento em número e importância das feiras, o setor ainda valoriza a propaganda boca a boca, segundo Ana Paula Yajima, da Moora, marca brasileira que reúne nomes como Eduardo Bortolai, Alex Bigeli e Marcelo Caruso, por exemplo.

Jéthero Miranda, vice-presidente da ABD (associação de designers), vê uma nova leva de profissionais fazendo uma releitura da identidade nacional.

"E quanto mais o designer for criativo, mais a tecnologia vai oferecer a ele grandes soluções", afirma.

"Essa geração de designers não vive só de romantismo. Está mais preparada e consciente de como funciona o mercado", diz Marisa Ota, curadora da feira Paralela Móvel. "Cientes disso, empresas consagradas apostam nesses jovens. É um momento de abertura para talentos."

CAMINHO TRAÇADO

Bruno Faucz, 28, não esperou para ser descoberto. Morador de São Bento do Sul (a 250 km de Florianópolis), ele aprendeu na prática as etapas de produção e venda ao trabalhar em uma fábrica do polo moveleiro catarinense.

"Eu entrava em contato com as empresas pelo 'Fale Conosco' dos sites e dizia que era designer iniciante, mas com experiência na indústria. Mandava exemplos de trabalho e, antes de sugerir uma peça, me perguntava: 'Se tivessem me mostrado, eu compraria?'", lembra.

Em seguida, Faucz montou um site para divulgar seus projetos e buscou aproximação de revistas especializadas, para se fazer conhecido.

Atrás de novos olhares para a indústria de móveis, empresas caçam talentos em feiras de design pelo país e promovem premiações entre universitários.

Na maioria dos contratos, o designer iniciante ganha royalties de 5% da empresa pelo direito sobre seu nome.

"Todo o dia recebemos projetos e avaliamos se eles têm a ver com a loja. Quando combina, orçamos, mandamos para o designer e fechamos negócio", diz Gabriel Hamsi, gerente de marca da loja de design acessível Oppa.

A estratégia de captação de talentos é usada por outras empresas na linha da Oppa, como a Moora e a Meu Móvel de Madeira, e por grandes redes, como a Tok&Stok.

Para Eduardo Bortolai, 36, que trabalhou por sete anos na Tok&Stok antes de abrir seu estúdio, a visão de mercado é uma característica do designer mais jovem. "A busca pela identidade nacional nas peças vem da autoconfiança dessa nova geração."

"A gente estudava as empresas com as quais se identificava e imaginava os nossos produtos com eles", lembra Alex Bigeli, 36, que assina tecidos para a Moora.

REGIONALISMO TÁTICO

Para a dupla de designers de Brasília Danilo Vale, 30, e Aciole Félix, 32, do estúdio Sartto, a maior dificuldade de criar móveis longe dos grandes centros do país ainda está na produção das peças.

"Não adianta só desenhar e achar que a ideia vai ser automaticamente viável. Ter experiência na indústria antes de abrir a própria marca ajuda a planejar", avalia Aciole.

Cofundadores do coletivo Entre Eixos, que reúne novos designers do Distrito Federal, eles listaram empresas com as quais querem trabalhar e buscam fortalecer a marca. "A chave é observar o mercado e o que o fabricante pode produzir. A gente procura experimentar com metal, corte a laser e materiais diversos, do acrílico à madeira", explica Danilo.

 

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