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27/02/2015 - 08h40

Para ter 'sensação de casa grande', casal opta por menos cômodos, mas maiores

SANY KEENAN
DO " NEW YORK TIMES", EM VANCOUVER

Por mais de um ano, Petto Chan, 41, resistiu à ideia de sua mulher de construir uma casa pequena e sustentável no quintal da casa ampla em que ele cresceu em companhia de sua família.

Ele não conseguia aceitar o estigma de viver entre as latas de lixo e garagens que ladeavam a viela dos fundos da propriedade em Vancouver, no Canadá. Ele pensava que teria os ratos como vizinhos.

Chan é analista na maior das operadoras de telefonia canadenses e não gostava muito da ideia de continuar vivendo tão perto de seus pais e avó ao começar a criar uma família. Já era ruim o bastante que ele e a mulher, Billie, 42, estivessem morando no porão da família há mais de uma década.

"Quando tivemos Maddy", ele diz, falando sobre a filha, que hoje tem seis anos, "sabíamos que não era possível continuar daquele jeito".

Assim, começando em 2011, eles dedicaram todos os seus finais de semana, por mais de um ano, a circular pela região com a filha em busca de um lugar de que gostassem e que pudessem bancar com um orçamento de menos de US$ 800 mil.

Mas logo descobriram que o desafio era impossível –em parte porque ele é teimoso e ela é seletiva–, mas também porque muita gente descobriu que Vancouver é uma cidade bonita e na qual viver é agradável.

Eles queriam um lugar preferivelmente moderno, perto o bastante de seus escritórios para que pudessem ter um carro só e pequeno, para que não precisassem gastar tempo e dinheiro demais na manutenção.

Petto Chan, que trabalha em casa a maior parte do tempo, precisava de um escritório. Billie Chan, que dá aulas de culinária no segundo grau e adora cozinhar para a família e os amigos, queria uma cozinha ampla.

No total, eles visitaram mais de 100 imóveis –e viram muitas construções mal acabadas, diz Billie. Nada satisfez suas condições ou se enquadrava a seu orçamento.

Por fim, Petto Chan se cansou da busca. "Acabei compreendendo que não existia um lugar que nos servisse", ele diz.

MENOS É MAIS

A verdade é que havia grandes vantagens em construir uma casa nova no quintal de sua família –e não é só o fato de que sua mãe poderia continuar a preparar o jantar de todo mundo, nos dias de semana.

A casa de dois quartos e 95 metros quadrados que eles construíram tem linhas limpas, usa energia eficientemente e foi projetada de acordo com suas necessidades. E saiu mais barato do que eles esperavam.

Como eles não precisaram comprar o terreno, o custo total do projeto ficou bem abaixo de seu orçamento: menos de US$ 500 mil. Com isso, eles puderam economizar dinheiro para no futuro bancar a universidade de Maddie, e sua renda disponível se tornou maior.

"Pagar uma grande hipoteca não tem coisa alguma de divertido", diz Billie. "Vemos as dificuldades de nossos amigos, é complicado na vida de uma pessoa".

Para conseguir o que ela define como "sensação de casa grande", eles optaram por menos cômodos, mas maiores, "em lugar de tentarmos encaixar aposentos demais".

Optaram, por exemplo, por não ter uma sala de jantar, e com isso puderam aumentar a cozinha.

Petto Chan diz que eles comem no balcão da cozinha, "os três sentados em fila".

A casa, projetada e construída pela Lanefab, uma empresa de Vancouver, tem forte isolamento, com paredes de 32 centímetros de espessura e captadores de energia solar no telhado, de modo que há meses em que os gastos deles com eletricidade são literalmente zero.

Nos piores meses do inverno, os custos de energia da família são de pouco mais de US$ 80 ao mês.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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