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15/03/2015 - 01h30

Aluguel sobe abaixo da inflação em SP e favorece negociação do locatário

DOUGLAS GAVRAS
DE SÃO PAULO

O valor do aluguel residencial subiu 2,1% na capital paulista em janeiro, ante os 12 meses anteriores, de acordo com o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

Os preços de locação na cidade continuam altos, mas, na prática, o aumento ficou abaixo da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) do período, de 4%, o que é vantajoso para quem quer alugar.

Para Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP, o momento é de pesquisar oportunidades e negociar. Com a maior oferta, o proprietário está disposto a dar descontos, para que seu imóvel não permaneça vazio.

"Mais de 90% dos contratos de locação usam o IGP-M como referência. O mercado tende a se adequar ao que acontece no país e os preços de locação devem continuar 'comportados'", diz Turnbull.

Para montar seu escritório em casa, a publicitária Jessica Grecco, 25, buscava um apartamento maior, de dois dormitórios, na zona sul de São Paulo. Ela se mudou em janeiro para um imóvel na Aclimação, que custa 25% a mais do que o 1-dormitório em que ela morava antes.

"Sinto que há mais opções de imóveis para alugar agora do que há alguns anos e o proprietário está aberto a negociar valor e detalhes de contrato", avalia Jessica.

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Jessica Grecco trocou um apartamento de um dormitório por outro com dois quartos apenas 25% mais caro do que o anterior
Jessica Grecco trocou um apartamento de um dormitório por outro com dois quartos e só 25% mais caro do que o anterior

A oferta maior de imóveis residenciais para alugar em São Paulo e a alta dos reajustes abaixo da inflação ajuda o locatário a conseguir boas ofertas e descontos na hora de alugar o imóvel.

Com muitos empreendimentos sendo entregues e uma produção maior do que a demanda, quem comprou um imóvel para investir acaba alugando por um valor mais baixo do que planejava.

"O proprietário quer receber o aluguel em dia, quer que o inquilino tenha boas garantias e cuide do imóvel. Como a oferta é grande, é cada vez mais comum que o dono do imóvel reduza o valor em cerca de 20% para fechar negócio", diz Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP.

PESQUISA E NEGOCIAÇÃO

O gerente de marketing Bruno Müller, 32, buscava um apartamento para alugar na zona sul há quatro meses. "Queria morar na região da avenida Paulista. Visitei mais de 20 imóveis, mas muitos estavam em condições precárias e resolvi procurar mais."

Ele se mudou há uma semana para um imóvel de um dormitório na Consolação, região central da cidade, com um desconto de 5%. Para Turnbull, o locatário pode conseguir descontos de até 30%, dependendo da região.

Segundo Roseli Hernandes, diretora de locação da imobiliária Lello, a oferta de imóveis aumentou em todas as regiões da cidade, em torno de 15%, ante janeiro e fevereiro do ano passado.

"Se o reajuste fosse superior à inflação, seria melhor para o proprietário, mas ele deve considerar o aluguel como um investimento a longo prazo. Em São Paulo, imóveis bem localizados continuam se valorizando", diz.

Apesar de ser um momento favorável para quem quer alugar, as imobiliárias lembram que a procura nas regiões valorizadas da cidade é sempre grande e a possibilidade de descontos nos bairros cobiçados é mais limitada, o que exige pesquisa e paciência de quem quer alugar.

Analistas lembram que o mercado passa por um desaquecimento desde o ano passado. Também nas vendas de lançamentos, o estoque de imóveis na cidade é o maior desde 2004.

Editoria de Arte/Folhapress
 

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