Publicidade
18/03/2015 - 16h56

Casa de campo vira refúgio com conforto e espaço em Nova York

|
STEVEN KURUTUZ
DO "NEW YORK TIMES"

Existe uma lição a ser extraída da maneira pela qual Christina Salway e seu marido, John Moskowitz, vieram a adquirir uma casa de fazenda perto de Callicoon, Nova York, no condado de Sullivan, cerca de 18 meses atrás. A lição, a depender do seu ponto de vista, é ou a de que você não deve olhar a vitrine de uma imobiliária ou –se o fizer e encontrar a casa de campo que sempre desejou–, o melhor é aproveitar a oportunidade.

Salway, 32, é projetista de interiores e trabalha no Brooklyn, e Moskowitz, 33, planeja abrir um restaurante em Manhattan, e eles decidiram aproveitar a oportunidade –apesar da logística complicada da transação, da deterioração grave da casa que estavam comprando e do fato de já terem um retiro no interior do Estado de Nova York, comprado em 2008 e reformado ao longo de muitos meses para servir de local à sua cerimônia de casamento.

Por mais que amassem "aquela caixinha de joias", como Salway define a casa de dois quartos e 55 metros quadrados, em 2013 o casal já tinha um filho pequeno. "E isso subitamente tornou a casa muito pequena", diz ela. "Sempre que tínhamos hóspedes, eles precisavam dormir na sala."

Foi sob essas circunstâncias que eles decidiram sair de carro certo final de semana para ir a um antiquário em Callicoon. A loja estava fechada, mas uma imobiliária vizinha estava aberta, e eles viram um anúncio para uma casa de fazenda com 180 metros quadrados em um terreno de 17 hectares, conectada à rodovia por uma estradinha de terra de 800 metros.

"John ficou com um brilho no olhar", conta Salway, ainda que a impressão dela fosse diferente, especialmente depois que eles visitaram a casa em um dia gélido de janeiro, sob a neve, e perceberam a grande reforma que ela precisaria. As janelas estavam caindo das molduras, o piso havia sido recoberto por um linóleo horrendo e tetos falsos haviam sido instalados; a cozinha também estava destruída, e porque ninguém estava vivendo na casa, a rede elétrica e o encanamento não vinham sendo cuidados.

"Quando saímos, pensei comigo mesma que quem comprasse aquela casa teria muito trabalho a fazer", disse Salway. "Alguém precisava cuidar dela e restaurar sua 'saúde'. Para nós, seria uma empreitada imensa."

Mas os dois sabiam que encontrar uma casa de campo perto de uma cidade da qual gostassem, relativamente longe da rodovia, em um terreno de relevo bem desenhado e com uma extensão vasta –e tudo isso dentro de seu orçamento– era "uma oportunidade em um milhão", na definição de Salway. Assim, depois de uma breve guerra de lances com um falcoeiro que desejava usar a área para criar suas aves, o casal adquiriu o imóvel por US$ 205 mil.

A transação requeria a venda de sua outra casa. Nos 30 dias que se passaram antes da transferência da escritura, Salway e Moskowitz se hospedaram nela e iam de carro à casa de fazenda para trabalhar, todos os dias, enquanto a mãe de Salway cuidava do bebê do casal. Era uma corrida para garantir que o térreo da casa comprada ficasse seguro o suficiente para permitir que dormissem lá, sem ter de voltar a Nova York todos os dias.

Depois, com menos pressa, eles começaram a enfrentar os problemas do resto da casa. Tarefas maiores, como a troca dos encanamentos e a instalação do isolamento, foram confiadas a profissionais. Para funções cosméticas, como remover o linóleo e instalar armários de cozinha, eles mesmos fizeram o trabalho, em muitos casos com a ajuda dos amigos e familiares do casal. A reforma custou cerca de US$ 30 mil.

Quem visita a casa agora, dificilmente acreditará que ela estava arruinada. Os pisos de madeira que a retirada do linóleo revelou estavam em ótima condição. A cozinha é ampla e bem iluminada. E Salway cuidou da decoração com objetos em estilo rural adquiridos por meio do Craigslist (uma cama de armação metálica, um par de sofás de couro claro), com móveis e obras de arte que ela ganhou de clientes (uma mesa de jantar, retratos do século 19) e com itens adquiridos em antiquários (travessas de cerâmica retratando os 50 Estados dos Estados Unidos).

Os cômodos são incomumente amplos, para uma casa de fazenda, além disso. O clima é informal e acolhedor. "A casa nada tem de perfeito", diz Salway. "Eu queria que as pessoas tivessem a sensação de que podem se acomodar como quiserem em qualquer lugar."

Para Moskowitz, criado na cidade, ser dono de 17 hectares é empolgante. Ele ainda não sabe bem o que fazer com as terras, a não ser se gabar delas.

"É engraçado, mas ser dono de terras tem algo de muito másculo", ele diz. "Passei a vida vivendo em cima e embaixo de um milhão de pessoas. Poder me afastar disso é uma sensação incrível."

O casal está feliz por ter decidido comprar a casa, ainda que possam demorar anos a avançar o suficiente para ocupar as abundantes proporções do imóvel.

"A verdade é que não acho que sejamos maduros o bastante para ter uma casa assim", diz Salway. "Mas o acaso a trouxe, e por isso pensamos que mesmo que o momento não fosse o melhor, era o caso de fechar negócio sem pensar duas vezes."

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um imóvel









pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag