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19/03/2015 - 11h52

Casa vitoriana restaurada ganha comodidades da vida moderna

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ELAINE LOUIE
DO "NEW YORK TIMES"

Quando James Ramsey e Jennifer Blumin compraram um loft construído na década de 1830 em Tribeca, um bairro de Nova York, estavam determinados a preservar todos os detalhes originais: as velhas janelas, os tetos de estanho, as paredes de tijolos. "Pode-se sentir o século 19, aqui e imaginar a lua iluminada por lampiões a gás", diz Ramsey.

É certo que Ramsey, sócio do estúdio de design Raad, e Blumin, fundadora da Skylight, uma empresa que readapta espaços históricos para usos modernos, introduziram alguns poucos elementos modernistas cuidadosamente escolhidos: paredes brancas em certos pontos, pisos de carvalho pálido e eletrodomésticos Miel em aço inoxidável para a cozinha. Mas é um estilo que Blumin define como "modernismo aconchegante".

Blumin, 37, e Ramsey, 37, compraram o apartamento de 180 metros quadrados em 2013, por US$ 1,8 milhão, e gastaram US$ 700 mil em sua reforma. Ramsey projetou o loft, e Blumin contribuiu com diversas ideias.

Agora, o visitante que sai do elevador é recebido por luzes que se filtram por vitrais antigos e por um matagal urbano de filodendros (um tipo de planta), palmeiras e antúrios cuja altura quase atinge o teto de 3,60 metros. Um sofá de teca ostenta uma pilha de almofadas –os filhos do casal, Phineas, 2, e Theodore, 8, gostam de se perder entre elas– e um dos outros sofás está recoberto por uma lã de carneiro.

Para lá da lareira acolhedora fica a central de mídia e um armário baixo de nogueira entalhada, projetado por Ramsey para invocar os móveis usados no passado para ocultar aparelhos de som, uma peça que ele recriou para diversos clientes. "Você se lembra dos alto-falantes dos anos 1960 e 1970?", pergunta Ramsey.

A cozinha e o espaço de jantar ficam no centro do loft, uma área que em muitos edifícios do século 19 é escura porque todas as janelas ficam na frente e nos fundos. Ramsey tirou vantagem do espaço de 2,5 metros entre seu edifício e o vizinho abrindo três janelas –uma para levar luz à área de refeições, uma segunda no quarto de hóspedes e uma terceira no quarto das crianças. (A janela perto da área de jantar tem um banco embutido, o que vem a calhar quando o casal recebe amigos, algo que eles fazem quase todo domingo.)

Os aparelhos Miele da cozinha foram dados por amigos que estavam reformando suas casas. "É espantoso o que as pessoas jogam fora", diz Ramsey. E o rack para 300 garrafas de vinho, feito de canos de drenagem de terracota, foi inspirado na ideia de uma conhecida estilista. "Roubamos a ideia de nossa vizinha, Lela Rose, que mora do outro lado da rua e tem um rack de vinhos como esse."

O visitante não deixa de perceber outro elemento de design do loft, que complementa todos aqueles detalhes do século 19 –"uma sensação de história natural", é como define Blumin.
"Amamos animais excêntricos", ela diz.

E é verdade: há animais em toda parte: um esqueleto de baleia beluga, feito de gesso, pende sobre a mesa de jantar. Fotos de lulas gigantes decoram o banheiro de hóspedes. Uma máscara de peixe decora a parede do quarto de hóspedes, e uma máscara de morsa enfeita o quarto dos meninos. E ao pé da cama de casal há outra pele de carneiro, esta branca e preta.

"É nosso cachorro substituto", diz Blumin, "porque não temos um sheepdog".

"E por que eles não têm cachorro?"

"Jen quer um", diz Ramsey. "Mas sei que seria eu que teria de levá-lo para passear em dias como hoje."

E ele prefere ver a neve do lado de dentro, por suas janelas do século 19.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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