Imóvel na Grande SP é maior e custa menos que na capital

O comprador que busca um imóvel na Grande São Paulo pode encontrar boas ofertas por menos em cidades que fazem divisa com a capital. Entre os seis municípios vizinhos com maior número de lançamentos em 2014, o preço médio do metro quadrado custa até R$ 3.200 menos do que em São Paulo.

Plano Diretor de SP cria oportunidade de negócios em cidades vizinhas

De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), mais da metade do estoque –como são chamadas as unidades não vendidas até três anos após o lançamento– é de imóveis de dois dormitórios nos municípios que fazem divisa com a capital paulista.

Em 2014, Osasco, que faz divisa com a zona oeste da capital paulista, foi o município da Grande São Paulo com maior número de lançamentos, com 4.446 unidades novas. Em seguida, está a região de Tamboré (3.621) –que é calculada com Barueri e Alphaville– e São Bernardo do Campo (2.034).

Os imóveis em cidades como Guarulhos e Santo André, além de custarem, em média, mais barato do que os paulistanos são maiores e possuem mais de uma vaga de garagem –o que deve se intensificar, já que o Plano Diretor de São Paulo desestimula o número de vagas para carro nos imóveis (leia mais nesta página).

"A falta de terrenos em São Paulo deve se refletir ainda mais nas cidades vizinhas nos próximos anos", diz Robson Toledo, da construtora MBigucci, baseada na região do ABC. "Já é difícil encontrar terreno em cidades do ABC, mas os empreendimentos não têm limite de altura."

Um estudo da imobiliária Abyara Brasil Brokers prevê que 35% dos lançamentos em 2015 se concentrem nas cidades ao lado de São Paulo, sobretudo em Santo André, São Bernardo e Osasco.

	Davi Ribeiro/Folhapress
	O casal Marisa Ribeiro e Hélio Mascare com o filho, Pedro Henrique, em estande na região do ABC, onde irão morar

MUDAR PARA PERTO

Morar em um município vizinho a São Paulo pode ser mais vantajoso para quem vive de aluguel em bairros colados a uma dessas cidades.

Segundo imobiliárias que atuam na região, a tendência é que moradores do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, busquem imóveis nos bairros próximos, ou em São Caetano do Sul, por exemplo.

Para o casal Marisa Ribeiro, 32, e Hélio Mascare, 39, valeu a pena. Eles vão trocar o apartamento que alugam no Jabaquara (zona sul de São Paulo) por um imóvel de dois quartos em São Bernardo do Campo, na região do ABC.

Para a auxiliar administrativa, o que pesou na decisão foi a diferença de preço em relação a São Paulo e a uma distância curta. "Visitamos um prédio parecido no Jabaquara, da mesma construtora, que custava 58% a mais e está a apenas 15 minutos de carro."

O desempenho fraco do mercado imobiliário em 2014 (com vendas em queda e preços em desaceleração) também favorece a pesquisa antes de fechar negócio.

Apesar das ofertas, é importante ter em mente que a compra de um imóvel envolve um grande gasto e não deve ser decidida só pela comparação de preço. Fatores como localização, rotina e a forma de pagamento devem ser estudados.

	editoria de arte/Folhapress