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02/06/2015 - 07h30

Veja as luminárias favoritas de empresas do Vale do Silício como Uber e Nest

TIM MCKEOUGH
DO "NEW YORK TIMES", EM NOVA YORK

Quando três ingênuos formandos da Rhode Island School of Design lançaram uma coleção de móveis e luminárias produzidos de improviso, em 2008, seria fácil tê-los descartado como brincalhões. Sua luminária Excel –cujo nome homenageia o popular software de planilhas– parecia ter sido montada com velhos cabos de vassoura, uma espécie de escultura improvisada.

E o nome do escritório chegava bem perto de irritar: Rich Brilliant Willing (Ricos Brilhantes Dispostos), ou RBW, como em um monograma almofadinha.

Passados sete anos, os antigos colegas de universidade provaram não só que vieram para ficar como que contam com talento suficiente para alimentar um rápido crescimento. A influência da empresa é especialmente visível nos escritórios de companhias estreantes do Vale do Silício, onde luminárias da RBW são obrigatórias.

As sedes do Uber, Yelp, Fitbit, Beats, Zazzle e Nest, por exemplo, todas brilham à luz das luminárias e lustres característicos da marca.

E o nome da empresa se torna ainda mais perdoável quando você descobre que é só uma brincadeira com os nomes dos sócios: Theo Richardson, 32; Charles Brill, 31; e Alex Williams, 32.

"Quando começamos, tínhamos uma broca imprensa e uma atitude e sabor irreverentes", diz Bill.

Desde então, acrescentou Richardson, eles refinaram seu olhar, bem como suas capacitações e sistemas, para poderem criar produtos mais bem acabados. "O minimalismo nos inspira em alguma medida, mas não estamos produzindo artefatos desprovidos de caráter; eles são expressivos, calorosos e simples".

Os mais recentes produtos do grupo incluem o Crisp, um lustre de vidro cuja superfície lembra a de uma batata chip, e o Queue (fila), um lustre modular linear que pode, teoricamente, estender-se ao infinito.

Com uma carteira de peças intrigantes, Richardson diz que "nós temos dobrado nossas vendas, ou algo assim a cada ano, nos últimos três anos".

TESTE DO TEMPO

Além de a RBW ser a favorita do Vale do Silício, escritórios importantes de design como o Rockwell Group, Meyer Davis e Yabu Pushelberg estão escolhendo seus produtos de iluminação para edifícios residenciais finos, hotéis e restaurantes.

Diversos grupos de varejo internacionais, entre os quais a Conran Shop, do Reino Unido, estão ajudando a companhia a multiplicar suas vendas no exterior.

"As peças deles são bonitas, e têm essa atenção a detalhes e ao artesanato que não existe no caso de muitos dos grandes fabricantes", diz Denise Cherry, sócia-diretora do Studio O+A, que criou os escritórios do Uber, Yelp e Zazzle. "Eles têm aquele nível adicional de inovação, tecnologia e sustentabilidade", ela aponta.

Desde 2012, a RBW emprega só LEDs em suas novas luminárias (os modelos antigos de halogênio estão sendo reprojetados).

Mas só porque a empresa vem trabalhando com a mais moderna tecnologia isso não significa que seus designs tenham muito de tecnológico. Pelo contrário, a RBW preserva a alma dos produtos de iluminação esculturais e incandescentes, com algo do passado industrial dos Estados Unidos, usando materiais que passaram no teste do tempo, como vidro artesanal, metal perfurado e nogueira e carvalho sólidos.

"O que eu gosto, e o que as companhias de tecnologia gostam, é a suavidade de suas peças", diz Lucas Martin, designer do Rapt Studio, em San Francisco. Elas parecem quase artesanais, ele acrescentou, em um mar de "luzes de LED comerciais e frias".

Como designer dos escritórios da Fitbit, Martin usou as arandelas Radient, da RBW, que se parecem com círculos flutuantes de madeira, com luzes de LED, e iluminam a parede por trás delas, recriando o logotipo da companhia de fitness em luz atrás de sua mesa de recepção.

ARTESANAL

Se há algo de artesanal nos produtos da RBW é porque os 14 funcionários da companhia montam cada peça manualmente, usando componentes feitos sob encomenda. A empresa tentou licenciar seus produtos para fabricantes, como faz a maioria dos criadores de produtos de iluminação, mas descobriu que é mais lucrativo produzir internamente.

A decisão também permitiu reduzir drasticamente o prazo para colocar produtos no mercado e facilita a personalização rápida de encomendas especiais, o que ajuda a manter os clientes satisfeitos.

"Criamos um relacionamento de longo prazo com eles", diz David Rockwell, fundador do Rockwell Group, um dos gigantes do design em Nova York. Sua empresa desenvolveu numerosos produtos personalizados de iluminação com a RBW para edifícios residenciais de luxo em Manhattan, Miami e Washington, e para o centro de cinema do Lincoln Center.

"Gosto do fato de que eles sabem criar sistemas de iluminação que economizam energia, mas não parecem aqueles sapatos ortopédicos que as pessoas usam quando tentam ser saudáveis", disse Rockwell. "Há algo de bom também em sua energia e atitude positiva".

E é verdade: quando você conversa com os sócios, eles parecem conscienciosos e trabalhadores, dispostos a fazer o que for preciso para satisfazer os clientes. Mas também brincam, com momentos de ambição desmedida.

"Queremos fazer uma coisa só, e muito, muito bem", disse Richardson. "O que importa em nossos produtos de iluminação não é que amemos os LEDs ou a tecnologia, mas que simplesmente oferecemos algo melhor".

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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