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21/07/2015 - 17h16

Aluguel residencial novo fica mais barato pela primeira vez em São Paulo

DOUGLAS GAVRAS
DE SÃO PAULO

Atualizado em 22/07/2015 às 10h03.

Os contratos de aluguel residencial assinados em junho na cidade de São Paulo tiveram variação negativa de 1%, no acumulado de 12 meses, segundo dados do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

É a primeira vez que o índice fica negativo, desde dezembro de 2005, início da série. A variação ficou abaixo da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) para o mesmo período, que foi de 5,6%. O indicador é usado como referência para aluguéis.

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"O aluguel responde muito rapidamente aos problemas da economia, mais do que as vendas. Desde outubro do ano passado, o reajuste de locação tem ficado abaixo do IGP-M", lembra Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP.

Como muitos empreendimentos foram entregues no primeiro semestre, quem comprou um imóvel para investir acaba alugando por um valor mais baixo do que planejava.

"Com mais unidades disponíveis para locação, o inquilino tem forçado que o proprietário não suba o valor do aluguel ao assinar um contrato novo, o que impacta nos índices", diz Turnbull.

Para ele, a tendência é que os preços de locação até o final do ano se mantenham negativos ou ao menos bem baixos nos próximos meses.

Segundo as imobiliárias, ao perceberem o aumento da oferta de imóveis, os proprietários se prepararam para reduzir o valor dos novos contratos e, assim, segurar o interessado em alugar.

Segundo o Secovi-SP, o IGP-M é usado hoje para o cálculo de reajuste de aluguel em cerca de 95% dos contratos de locação. Alguns proprietários fazem o reajuste do contrato de locação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumula em 12 meses até junho alta de 8,89%.

Para Marcelo D'Agosto, consultor financeiro pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), se o proprietário depende do imóvel para complementar a renda, ele acaba optando por alugar por um preço menor do que o vizinho. "Para quem quer investir em imóveis, vale sempre a dica de procurar unidades em bairros centrais e com boa infraestrutura, pois os imóveis nesses locais tendem a ser sempre requisitados."

Na comparação mensal, os contratos de locação em junho sofreram redução de 0,9%.

Ainda de acordo com o levantamento, os apartamentos foram alugados em um prazo médio de 24 e 50 dias, sendo que os imóveis de três dormitórios levavam, em junho, o dobro do tempo de uma unidade de um quarto.

O QUE MUDA

Já tenho um contrato de aluguel em andamento. Vou pagar menos?
Enquanto o seu contrato não vencer, o reajuste será pelo índice fixado no contrato, pelo IGP-M (Ídice Geral de Preços ao Consumidor - Mercado) ou IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)

E quando o contrato vencer, como ele será renovado?
Deverá ser feito um novo contrato com o locador e você deve negociar as cláusulas e ficar atento ao índice de reajuste que será usado

O proprietário pode trocar o IGP-M por outro índice ao renovar?
Sim, mas o IGP-M, no momento, é mais vantajoso para o inquilino -ele variou 5,6% em 12 meses até junho. O IPCA teve, no mesmo período, alta de 8,89%

É o momento de buscar outro imóvel para locar?
Segundo as imobiliárias, os proprietários estão mais dispostos a negociar, a fim de manter o inquilino. Caso não concorde com o reajuste, o locador deve buscar opções

Posso romper meu contrato de locação?
Sim, mas você terá que arcar com a multa prevista no contrato. É preciso calcular se o valor pago de multa compensa um aluguel mais baixo

Fontes: Secovi-SP e empresas

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INQUILINO E PROPRIETÁRIO
Entenda as obrigações de cada um no contrato de locação

  • Assembleias de condomínio

O inquilino pode participar, mas apenas como procurador do proprietário. Normalmente, o inquilino não pode votar em temas que acarretam custos para o locador

  • Taxas extras

Taxas como pintura de fachada e reformas de equipamentos de segurança são classificadas como extraordinárias e, por isso, devem ser pagas pelo proprietário

  • IPTU

O contrato pode prever que a obrigação de pagar o IPTU seja do inquilino. O não pagamento da taxa, quando ela existe, gera débito do imóvel com a prefeitura

  • Sair antes

O inquilino pode sair do imóvel, mas o contrato prevê o pagamento de uma multa caso ele deixe o apartamento antes do previsto. O locatário pode negociar uma mudança de emergência

 

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