Lançamentos sofisticados no interior paulista têm ritmo de construção mais lento
PAULA CABRERA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cidades mais distantes da capital, como Piracicaba, Boituva e Taubaté, reservam opções para quem busca comodidades e luxo.
Haras, campo de golfe, pista de kart, heliponto, academias com equipamentos de última geração, lavanderias e supermercados são alguns dos atrativos dos loteamentos.
"Cidades do interior com moradores de maior poder aquisitivo e de baixa verticalização têm mais ofertas desse tipo de produto", diz Flávio Amary, vice-presidente do Secovi (sindicato do mercado imobiliário) no interior.
A associação de práticas esportivas à moradia é um requisito tradicional, segundo a Damha Urbanizadora. Há, por exemplo, pista de caminhada, quadra de tênis, futebol e golfe, no caso de projetos em terrenos maiores.
Raquel Cunha/Folhapress | ||
O engenheiro, André Cunha Martins, 45, que se mudou para um condomínio de luxo em Piracicaba |
Daniel Roberto Ruman, diretor da PDG Urbanismo, diz que mesmo com a retração do mercado imobiliário, as vendas dos loteamentos no interior seguem firmes.
O desempenho, segundo ele, se deve ao perfil dos loteamentos, destinados a famílias que já moram na região e buscam opções de entretenimento e lazer.
"Os compradores valorizam o conforto do lote, a possibilidade de fazer uma casa conforme o interesse, sem a sensação de 'enlatamento'. Esse mercado tem sentido bem menos a retração", diz.
Ainda assim, o tempo médio de venda aumentou. Se antes um loteamento era totalmente vendido em pouco mais de seis meses, hoje, o mesmo tipo de empreendimento leva entre oito meses e um ano.
Condomínios horizontais - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
OBRAS MAIS LENTAS
A construção das casas também está em ritmo mais lento. Segundo especialistas do setor, antes a ocupação média do loteamento levava até dois anos. A expectativa, em meio à crise econômica, é que o prazo aumente de seis meses a um ano.
Manter a casa em construção dentro dos padrões estabelecidos pelo condomínio também pode jogar contra o tempo e retardar a ocupação total da área –além de encarecer o projeto.
Segundo o engenheiro agrônomo André Cunha Martins, 45, esse foi um dos motivos para o atraso de obras no condomínio onde vive desde o início deste ano em Piracicaba (a 160 km de SP).
"As construções no local seguiam rápidas, até que 15 obras foram totalmente paralisadas. É preciso manter o padrão aprovado pela associação de moradores", conta o engenheiro.
RESTRIÇÕES
Segundo Martins, as normas construtivas mais rígidas consideram desde recuos, muros e calçadas até a área mínima construída.
"Há uma área construída mínima de 180 metros quadrados. A associação de moradores não permite, por exemplo, erguer uma edícula e depois a casa", conta ele, que atribui às dificuldades financeiras o ritmo mais lento de algumas obras.
No entanto, a adequação do ritmo da construção às condições financeiras é justamente um dos motivos para o setor prever a manutenção na oferta de empreendimentos nos próximos meses e uma situação melhor em relação a empreendimentos verticais.
"Você pode dobrar o tempo para construir. É possível parar a obra por um período e fazer caixa de novo. Mas a casa vai sair conforme seu projeto. Não tem as intermediárias de um apartamento, por exemplo, que podem te enrolar durante a crise", observa Daniel Roberto Ruman, diretor da PDG.
Infográfico Condomínios Horizontais em São Paulo - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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