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26/07/2015 - 01h30

Imóveis 'quase urbanos' elevam padrão de morador do interior

ANA MAGALHÃES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS

As cidades da macrometrópole paulista –aquelas que ficam em um raio de até 100 quilômetros da capital– deixaram de ser um refúgio apenas para os moradores da capital que partem para o interior em busca de qualidade de vida.

Elas concentram, atualmente, o sonho de quem vive em cidades médias, como Campinas, Jundiaí e Sorocaba, de ter uma casa melhor e mais segura nos arredores da área urbana.

Neste raio de distância da capital, os municípios com maior número de lotes aprovados pelo Graprohab (órgão que regula o setor) no ano passado foram Indaiatuba (com 2.219 lotes), São José dos Campos (1.714), Itatiba (1.363) e Sorocaba (1.042).

O presidente da Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano), Caio Portugal, diz ter acompanhado de perto um loteamento lançado em Jundiaí (a 58 km de São Paulo) e outro em Itupeva (a 73 km da capital).

Segundo ele, 50% dos compradores não eram da capital, mas de cidades da região. Em Itatiba, por exemplo, uma unidade de 150 m² vale entre R$ 70 mil e R$ 80 mil.

"A capital não é a única a exportar moradores. A migração ocorre mesmo dentro de uma região metropolitana ou aglomeração urbana".

Nascido e criado em Campinas, o empresário Pedro Murbach, 55, morava em uma casa de bairro na cidade, "meio barulhenta", segundo ele, e há três anos mudou-se com a família para o condomínio Parque das Sapucaias, bem próximo do centro.

"Buscávamos mais segurança e também queríamos fugir da agitação", diz.

Segundo ele, que trabalha parte do tempo em casa e outra parte no sul de Minas Gerais, a família não enfrenta problemas com o trânsito. Além disso, perto do condomínio há bons shoppings, restaurantes e cinemas.

Para Murbach, a busca por qualidade de vida em uma casa é o principal motivo de quem muda para um loteamento fechado. "Principalmente por conta dos filhos, porque o condomínio oferece área maior, melhor vivência e segurança", avalia.

A facilidade de acesso à capital, a oferta diversificada de serviços e da atividade industrial da região também são atrativos para novos moradores.

"As cidades do interior avançaram. Há muitas opções em Sorocaba e Campinas, por exemplo, e não precisamos mais ir a São Paulo para fazer tudo", diz o advogado Sergio Engelberg, 30, morador de Itu (a 101 km da capital) há 18 anos.

Ele diz tentar trabalhar de casa tanto quanto possível para evitar o "cansaço natural" do trânsito até a empresa na zona leste de São Paulo.

"A convivência da capital com o interior é bem possível. Aproveito o que há de melhor nos dois lugares", diz.

Condomínios horizontais - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

EXPULSOS

Apesar de Campinas não estar na lista de campeãs de lançamentos, ela é a terceira maior cidade do Estado (atrás apenas da capital e de Guarulhos) e responsável, segundo especialistas do setor, por puxar lançamentos de loteamentos para o entorno –como Itatiba e Indaiatuba.

Para Flavio Amary, vice-presidente do Secovi, municípios grandes, com mais de 500 mil habitantes, veem a desaceleração da aprovação de lotes devido a verticalização e valorização dos terrenos. "Os loteamentos acabam sendo 'expulsos' para cidades do entorno pelo menor preço dos terrenos."

Caso de São José dos Campos, que impulsiona os lançamentos em Caçapava e Taubaté e de Sorocaba, cujos lotes estão em Salto e Pirapora. "Isso não é tão positivo, porque tende a trazer mais problemas de mobilidade e trânsito", diz Amary.

 

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