Oferta em alta de imóveis para alugar aquece a negociação
DE SÃO PAULO
A analista de marketing Andrea Faustino, 32, e o jornalista Rafael Santos, 30, não pensaram em comprar uma casa logo de cara quando resolveram se casar, em 2012. Eles optaram por alugar um apartamento em Santa Cecília (região central de São Paulo).
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"A gente queria morar perto do metrô e evitar fazer uma dívida grande, como a de um financiamento, logo depois de se casar", diz Andrea.
A procura pelo lugar ideal começou um ano antes da união, conta ela. "Na época, os preços subiam muito na hora de renovar o contrato."
Com três anos e meio no mesmo imóvel, o casal renovou o contrato conseguindo manter o valor que já pagava pela locação. "A gente argumentou que cuidava bem do imóvel", disse a analista.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
Andrea Faustino, seu marido Rafael Santos e a cadela Frida, no apartamento que alugam em Santa Cecilia. |
A trajetória de Andrea e Rafael resume o segredo de uma boa negociação por um contrato de aluguel, afirma o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz.
"Além de mostrar ao proprietário que paga em dia, o locatário deve deixar claro que será uma grande perda a saída dele do imóvel", diz.
Com a maior oferta de imóveis para alugar, o poder de barganha está cada vez mais na mão de quem busca um aluguel e do inquilino que já mora no local e quer ficar nele após o fim do contrato.
"Mas não pode 'blefar'", diz o corretor Alexandre Silveira. Se no mesmo prédio houver imóveis vagos, o melhor caminho é tentar um desconto após comparar o que é cobrado pelos vizinhos.
Para manter o inquilino, o proprietário tem se mostrado mais aberto a resolver pequenas questões que incomodam o morador, segundo o diretor de Legislação do Inquilinato do Secovi-SP (do setor imobiliário), Jaques Bushatsky.
"Há um caso de um imóvel deteriorado [em São Paulo] em que o inquilino se ofereceu para fazer pequenas reformas em troca de um mês de aluguel", diz Bushatsky.
LOCAÇÃO ETERNA
O aluguel também pode ser opção a longo prazo. O administrador de empresas Claudio Marques, 51, nunca pensou em comprar um imóvel.
"Queria me sentir livre para morar em lugares que estivessem de acordo com a fase da vida", diz Marques, que atualmente reside em um apartamento em Higienópolis, no centro, e investe parte do que pagaria em um financiamento em títulos públicos.
Segundo Samy Dana, economista da Fundação Getulio Vargas e colunista da Folha, ao financiar um imóvel usado de R$ 500 mil, por exemplo, com 50% de entrada (R$ 250 mil), por 30 anos, pagando uma parcela inicial de R$ 2.589 e de R$ 699 ao final, o comprador terá desembolsado R$ 842 mil pelo bem.
Por outro lado, caso continue no aluguel, equivalente a cerca de R$ 2.000, e invista no Tesouro a diferença das parcelas do financiamento mais os R$ 250 mil, o consumidor terá o suficiente para comprar um imóvel de valor equivalente em 15 anos, já considerando a valorização.
"Assim, o aluguel libera recursos que iriam para o financiamento e 'trabalha' pelo morador", diz.
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