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06/09/2015 - 01h30

Morar na reforma exige planejamento e paciência; veja dicas de sobrevivência

TAÍS HIRATA
DE SÃO PAULO

Há duas semanas, o gerente comercial Rogério Rosa, 44, vive acampado dentro da própria casa: na sala, caixas de papelão se acumulam entre sacolas e mochilas. À esquerda, a geladeira funciona ao lado da televisão. À direita, um micro-ondas apoiado em mais caixas é o único recurso para cozinhar.

Quem já viveu em meio a uma reforma reconhece o cenário. A opção de permanecer em casa durante as obras requer planejamento e preparo (inclusive psicológico).

Para especialistas, a alternativa não é a ideal: o processo se torna mais longo, caro e desgastante para o morador. Mas, no caso de Rogério, que mora com a mulher e a filha de 12 anos em um apartamento em São Bernardo do Campo, sair de casa seria ainda mais difícil. "Está tudo aqui, resolvemos nos adaptar", afirma.

Os inconvenientes são inevitáveis, mas algumas medidas podem deixar o processo menos caótico. O primeiro passo é fazer um planejamento detalhado. "É melhor gastar mais tempo antes para não estender o prazo depois", diz o arquiteto Luciano Lima, da Trópico Arquitetura.

Para isso, é importante saber desde o início o que a obra irá abarcar. "Para minimizar as surpresas, é preciso evitar aquela história do 'já que estou fazendo isso, vou fazer aquilo'", diz Lucas Chedid, sócio da Total Reformas.

Editoria de Arte/Folhapress

Além de prevenir atrasos, planejar deixa a conta mais barata: a mão de obra é acionada uma só vez, e há tempo para pesquisar preços.

Rogério começou a pensar na reforma com dois anos de antecedência — tempo necessário para juntar dinheiro e decidir o que seria mudado. "Dá um pouco de medo porque uma vez que começa, tem que ir até o fim", diz.

Para tornar o local habitável, a principal estratégia é dividir a casa em setores: enquanto um é reformado, o outro acomoda a família. Móveis e eletrodomésticos importantes devem ser levados a outros cômodos para continuarem sendo usados.

"Cria-se um acampamento temporário que preserva itens essenciais", explica Mariane da Cunha, da empresa de reformas AH!SIM.

Banheiros devem ser quebrados separadamente. Além disso, é importante isolar o setor em obras. "Não pode haver trânsito de moradores, porque há risco de acidentes", afirma Gilberto Belleza, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo.

Danilo Verpa/Folhapress
SAO BERNARDO DO CAMPO - SP - 25.08.2015 - Rogerio está reformando o apartamento enquanto vive no local. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, IMOVEIS)
Rogério Rosa, 44, vive acampado na sala enquanto a cozinha do apartamento é quebrada

NERVOS DE AÇO

Fora as questões práticas, é preciso administrar a ansiedade e estar pronto para enfrentar imprevistos.

A organizadora de ambientes Débora Campos, 28, não aguentou: após um mês convivendo com obras, decidiu parar tudo. "Foi horrível, uma barulheira sem fim, sujeira por toda a casa", conta. O serviço ficou para o fim do ano, quando a família viaja.

No caso de Rogério, a situação também é difícil, já que ele trabalha em casa. A reforma, que começou há duas semanas, vai durar até dezembro. "Em dia de quebradeira, fecho as portas."

Mesmo com o barulho, a gerente comercial Claudia Cerri, 50, não se arrepende de ter ficado em casa durante um mês de reforma. "Foi estressante, mas deu tudo certo", diz. Quem mais sofreu foi sua filha, Natalia, 23. Além de ter alergia a pó, ela teve dificuldade para se locomover pela casa. "Como trocaram o piso, tinha que atravessar a sala pulando."

 

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