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01/11/2015 - 01h00

Apartamento com 14 m² será construído no centro de SP

PHILIPPE SCERB
DE SÃO PAULO

O tamanho é semelhante ao de duas Kombis: 14 m². Mas ele não tem motor nem sai do lugar. Não se trata de um carro novo, mas sim de um apartamento que será construído no Bom Retiro, centro de São Paulo.

Vendido como o menor do Brasil, o imóvel, da incorporadora Vitacon, tem cozinha, quarto e banheiro. Tudo a partir de R$ 89 mil. O empreendimento, localizado a dois quilômetros da estação da Luz, terá 270 unidades –14 delas com 14 m².

O microapartamento é um ponto fora da curva, mas nem tanto. Pesquisa da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio aponta que o número de prédios com imóveis menores de 40 m² construídos na Grande São Paulo saltou de dez em 2005 para cem no ano passado.

No mesmo período, a área média desses imóveis passou de 35,9 m² para 32,7 m². Muitos deles, no entanto, não chegam sequer aos 20 m². É o caso do Downtown São Luís, também no centro da capital, da construtora Setin. Ainda em obras, o prédio terá unidades de 18 m².

"Pensamos sempre em como oferecer às pessoas uma maneira mais moderna de viver, economizando tempo, espaço e dinheiro", diz Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon. Segundo ele, a taxa de condomínio mensal do edifício deve ser R$ 190.

ECONOMIA

Se pagar pode ser fácil, morar já é outra história, na opinião do arquiteto Marco Donini. "É difícil ter qualidade de vida em um apartamento tão pequeno. Mesmo em favelas as áreas mínimas são maiores que 14 m²."

Frankel discorda. "Acabei de voltar de Tóquio e há gente por lá que vive feliz da vida em 6 m²."

Ele defende que soluções para a otimização do espaço interno aliadas a uma oferta de áreas comuns no próprio edifício, como lavanderias coletivas, satisfazem pessoas afeitas a esse estilo de vida.

Para o arquiteto Alexandre Skaff, esses empreendimentos respondem a uma demanda crescente por moradia mais bem localizada. "Muitas pessoas estão abdicando de espaço para estarem próximas do trabalho e passarem menos tempo no trânsito."

Mas não é qualquer um que se adapta. "Morar em uma área tão reduzida exige esforço. Alguém que pretenda se mudar para um apartamento como esse deve ter consciência disso", afirma Skaff.

A convite da Folha, ele e a arquiteta Claudia Alionis sugeriram alterações na planta do imóvel de 14 m² para aproveitar melhor o espaço.

 

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