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06/12/2015 - 01h00

Movimento de valorização tardia muda perfil da rua Heitor Penteado

PHILIPPE SCERB
DE SÃO PAULO

A valorização de uma região está associada a fatores como acesso fácil ao centro da cidade e boa infraestrutura de comércio e serviços.

No caso das ruas onde o m² mais valorizou nos últimos cinco anos, também contou o fato de elas serem "polos regionais de desenvolvimento ou vias de ligação entre bairros", segundo o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, Gilberto Belleza.

Para o diretor da Sobloco, empresa especializada no desenvolvimento urbano, Luiz Augusto Pereira de Almeida, a dificuldade de deslocamento em São Paulo aumentou o peso da localização sobre a definição do preço dos imóveis nos últimos anos.

Bruno Santos/Folhapress
Avenida Heitor Penteado, no Sumarezinho, zona oeste de São Paulo
Avenida Heitor Penteado, no Sumarezinho, zona oeste de São Paulo

"O tempo gasto entre a casa e o trabalho ficou mais valioso para o morador", diz.

Mas o fenômeno de valorização de uma via pode responder também a eventos menos previsíveis.

A rua Paim, no bairro da Bela Vista, no centro da capital, teve seu metro quadrado valorizado muito em função da inauguração do shopping Frei Caneca, em 2001, de acordo com Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi.

Ainda segundo ele, o lançamento de um imóvel em uma rua antes ignorada pelo mercado também contribui para a sua valorização. Numa espécie de reação em cadeia, a construção aumenta a oferta de serviços e diminui a sensação de insegurança que pode existir numa rua vazia.

VALORIZAÇÃO TARDIA

Terceira colocada no ranking e situada em uma das mais nobres regiões da cidade, a avenida Heitor Penteado, no Sumarezinho, zona oeste de São Paulo, foge do padrão do ranking levantado pela Geoimovel.

Historicamente desvalorizada em relação ao entorno, sobretudo os bairros de Alto de Pinheiros e Vila Madalena, a Heitor passa por um movimento de valorização tardia.

E ela se deve, na opinião de Mirella Parpinele, diretora de marketing da imobiliária Lopes, ao fato de a via estar próxima ao coração da Vila Madalena, um centro de cultura, lazer e gastronomia.

Segundo ela, os bairros fronteiriços de Alto de Pinheiros e Perdizes são mais conservadores e não têm imóveis voltados a um público jovem, que busca um lugar onde se possa fazer tudo a pé.

Se antes a rua era uma opção para quem procurava uma alternativa barata e bem localizada, agora, com a valorização de 42% em cinco anos, ela começa a receber moradores do miolo do bairro vizinho.

Moro numa casa na Vila Madalena, mas como penso em me mudar decidi comprar um apartamento na Heitor Penteado, diz uma artista plástica que preferiu não se identificar. O movimento e o barulho da rua não a incomodam. Estou acostumada e o prédio tem um bom recuo.

 

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