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06/12/2015 - 01h00

Entre as 10 ruas que mais valorizaram em SP, seis estão longe do centro

PHILIPPE SCERB
DE SÃO PAULO

Das dez ruas cujo metro quadrado mais valorizou em São Paulo nos últimos cinco anos, seis estão fora do centro expandido da cidade.

É o que aponta um levantamento feito pela consultoria Geoimovel com prédios lançados no período. O ranking levou em consideração apenas ruas que tiveram lançamentos em 2010 e em 2015.

Em primeiro lugar está a rua Dezenove de Janeiro, na Vila Carrão, zona leste da capital. Em 2010, o m² médio de um imóvel novo na rua valia R$ 3.220. Neste ano, o m² médio é R$ 6.970 -uma valorização real de 56%, já corrigindo os valores pelo INCC (Índice Nacional do Custo da Construção).

Segundo o diretor da incorporadora Diálogo, responsável pela construção de dois empreendimentos no lugar, Fábio Magalhães, "o encarecimento da rua se deve aos altos valores já praticados no Tatuapé e na área da Vila Carrão, mais próxima ao metrô".

Além da Dezenove de Janeiro, outras três ruas da zona leste estão entre as seis primeiras da lista: avenida Vila Ema, Forte do Triunfo, no Parque São Lourenço e Agrimensor Sugaya, em Colônia.

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Apesar de o metro quadrado nessas áreas continuar inferior ao valor observado no Tatuapé e no centro da Vila Carrão (cerca de R$ 8.500 para apartamentos novos, segundo a Geoimovel), houve maior variação nos últimos anos. "Com o aumento substancial dos preços em áreas já consolidadas, regiões menos desenvolvidas passaram a atrair investimentos e moradores em ritmo acelerado", diz Magalhães.

Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi (entidade do setor imobiliário), alerta que é preciso ter cuidado com esse tipo de ranking. "Por só considerar ruas com lançamentos nos dois anos, o universo estudado é pequeno e pode haver em distorções."

O sócio-diretor da Geoimovel Celso Amaral, porém, diz que a maior valorização de áreas localizadas fora do centro expandido faz sentido.

"A renda da população de classes mais baixas, assim como a oferta de crédito, aumentou consideravelmente na última década", afirma. Isso elevou a demanda e o poder aquisitivo daqueles que compram nessas regiões.

Amaral diz também que o momento atual de retração do mercado favorece a redução da disparidade entre os valores de m² na cidade.

De acordo com Petrucci, a tendência hoje é de perda de valor para todo tipo de padrão e localização. "Hoje, vende-se imóveis pelo mesmo valor nominal de um ano atrás. Em termos reais, é uma perda de 10%."

As ruas do ranking devem acompanhar o movimento geral do mercado. "A quantidade de unidades que não foram vendidas dos empreendimentos novos é enorme. Neste ano, as incorporadoras já foram mais responsáveis e estudaram bem o produto antes de lançar", diz Amaral.

Para quem quer comprar, por outro lado, o momento de retração da economia é bem-vindo. Além de encontrar preços mais baixos, o comprador ganha força na negociação.

 

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