Comércio da Liberdade é paraíso de nerds e amantes da comida oriental
TAÍS HIRATA
DE SÃO PAULO
Quem chega no mercado Marukai, na rua Galvão Bueno, centro comercial da Liberdade, logo entende o espírito do bairro: 20 pilhas de sacos de arroz de 22 tipos esperam o cliente logo na entrada; mais adiante, a seção de vegetais tem, além dos básicos alface e tomate, nirá (erva oriental), horenso (espinafre japonês) e broto de alfafa.
Se tem algo de que os moradores da Liberdade não podem se queixar é do comércio, principalmente os amantes da comida oriental. Em qualquer pequena venda é possível encontrar cogumelos shitake e shimeji e obentôs (marmita japonesa).
A variedade já atrai quem é de fora. "Percebemos que havia muitos brasileiros em busca desses produtos. Hoje, eles são 80% do nosso público", diz Ricardo Fan, dono do Empório Azuki. Ele calcula que, aos finais de semana, 10 mil pessoas visitem a loja.
Karime Xavier/Folhapress | ||
Livraria Fonomag, na rua da Glória, na Liberdade |
Próximo dali, na supermovimentada rua da Glória, a livraria Fonomag passa quase despercebida.
O local reúne mais de 10 mil títulos –a maioria em japonês–, entre livros de literatura, decoração, mangás, material didático e revistas de moda e comportamento.
"Desde os anos 1990, a cultura japonesa começou a se popularizar. Muitas pessoas aprenderam a língua e jovens passaram a buscar mangás", diz Joji Aso, 59, dono da loja.
Outro item que faz sucesso são as revistas de artesanato. "São bem ilustradas, não precisa nem saber ler", afirma Ato.
A Fonomag surgiu como loja de vinis, em 1963. Com o tempo, passou a vender fitas cassetes. "Quando chegou a pirataria, começamos a vender livros", conta Aso, que herdou a loja de seu sogro.
'COSPLAY' SOB MEDIDA
Vestindo uma espécie de roupão bege, Angelo Lenzi, 26, sorria satisfeito com seu figurino de Obi-Wan Kenobi, personagem da saga Star Wars. A roupa foi feita sob medida na oficina de costura Nicolle, especializada em "cosplay" (fantasia de personagens de ficção).
O local não está no bairro por acaso: hoje, a Liberdade é um point dos "otakus" (nerds aficionados por quadrinhos, animês e games).
Karime Xavier/Folhapress | ||
Miniaturas de personagens de mangás na loja Shinozaki, na Liberdade |
Entre os figurinos mais procurados na oficina estão os roupões de Hogwarts, da série Harry Potter, e uniformes do Naruto, personagem de uma série de mangás.
Logo ao lado da oficina, a loja Shinozaki reune uma legião de adolescentes em busca de todo o tipo de objeto "geek": uma varinha do Harry Potter sai por R$ 40, já um Darth Vader (do Star Wars) de cerca de 20 cm, com capa e sabre de luz, custa R$ 1.199. "O pessoal paga mesmo", diz Daniel Schirabe, gerente da loja.
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