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20/12/2015 - 01h00

Cerejeiras do parque do Carmo, em Itaquera, vieram do Japão há 38 anos

TAÍS HIRATA
DE SÃO PAULO

Há 38 anos, chegavam 600 mudas de cerejeira direto do Japão para o parque do Carmo, em Itaquera, zona leste de São Paulo.

Desde então, a chegada da primavera no bairro é celebrada à moda nipônica.

"No Japão, contemplar as flores é um ritual para abençoar a estação", conta Koniti Wada, 68, um dos organizadores do Festival das Cerejeiras, realizado todos os anos no início de agosto, quando as árvores estão floridas.

A versão itaquerense da celebração surgiu com um imigrante japonês, Katsutoshi Matsubara, que tinha o sonho de trazer a festa ao Brasil. "Por coincidência, na mesma época estava sendo inaugurado o parque", diz Wada.

Robson Ventura/Folhapress
Sao Paulo, SP 01/08/2015,Brasil - Festival das Cerejeiras no Parque do Carmo reune centenas de pessoas para ver as arvores floridas.Robson Ventura/Folhapress. EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM E FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FONES 32242169 3224 3342 ***
Festival das Cerejeiras no parque do Carmo, em Itaquera, na zona leste de São Paulo

Quando o japonês pediu para plantar as árvores no local, o então prefeito da cidade, Olavo Setúbal, não acreditou que as mudas se adaptariam ao clima tropical. "Diz a lenda que Matsubara se ajoelhou e prometeu que, se em três anos as árvores não vingassem, ele cometeria seppuku [ritual suicida japonês]", conta Wada.

Lenda ou não, o pedido deu certo: em 1978 foi feita a primeira edição do festival, "ainda sem flores, porque a árvore demora ao menos dois anos para florir".

Atualmente, o parque do Carmo tem 4.000 pés de cerejeira. Na comemoração, o gramado fica cheio de toalhas de piquenique, barracas de comida e grupos de dança.

TERRA DOS PÊSSEGOS

Itaquera já foi um reduto nipônico na capital: nos anos 1960, eram ao menos 22 famílias, a maioria empenhada na agricultura, que, na época, era forte na região. "Aqui era a terra do pêssego, tinha uma festa da fruta todos os anos", recorda Wada.

A atividade batizou a que hoje é uma das artérias viárias de Itaquera, a avenida Jacu-Pêssego –a outra parte do nome, Jacu, vem do rio que corta o lugar.

Nas diversas chácaras agrícolas do bairro, também plantavam-se morangos, goiabas e ameixas.

 

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