Tendência de microapartamentos embala mercado de guarda-volumes
PEDRO ARAÚJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A onda de microapartamentos nas metrópoles cresce lado a lado com outro tipo de mercado: o de "self storage" –empresas que oferecem o serviço de aluguel de boxes para guardar volumes.
Só na Grande São Paulo, o número de prédios com imóveis menores de 40 m² saltou de dez, em 2005, para cem, em 2014, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). Num intervalo de tempo bem menor, as unidades de empresas de guarda-volumes foram de 83, em 2013, para 146, em 2014 –um incremento de 75,9%, segundo a Asbrass (associação do setor).
"Os guarda-volumes são uma tendência das cidades modernas, que têm apartamentos cada vez menores com metro quadrado mais caro. A necessidade de espaço é uma constante", afirma Paola Alambert, diretora de marketing da imobiliária Abyara Brasil Brokers.
Karime Xavier/Folhapress | ||
O empresário Fábio Scarela, 27, em um dos boxes que aluga para guardar objetos pessoais e da sua empresa, em São Paulo |
No serviço de "self storage", o cliente pode alugar boxes entre um e cem metros quadrados por, em média, R$ 70/m² por mês. Todo tipo de objeto pode ser armazenado e a empresa oferece segurança 24 horas (leia no quadro).
"Não há mais aquele quartinho da garagem ou de empregada para armazenar as coisas, por isso esse espaço a mais dos boxes virou necessidade", diz Carlos Barcellos, diretor da Kipit.
Thiago Cordeiro, CEO e sócio da GoodStorage, aposta que o mercado vai crescer ainda mais em 2016. "Esse conceito já é muito difundido e utilizado nos mercados americano, europeu e asiático", diz ele, que pretende abrir outras duas unidades neste ano (já são sete em dois anos de operação).
QUEM GUARDA
Os "self storages" servem tanto pessoas jurídicas quanto físicas. No caso destas, há dois perfis de usuários mais comuns: os de "life event", quando algum acontecimento da vida, como um divórcio, exige mais espaço para armazenar objetos por tempo determinado; ou de mera necessidade de extensão domiciliar, sem prazo definido.
O empresário Fábio Scarela, 27, se encaixa no último grupo. Ele aluga seis boxes: um para armazenar selos e livros que coleciona, outros para guardar móveis e artigos para sua empresa, uma consultoria de geomarketing.
"Os boxes são uma extensão da minha casa", diz.
Formada em editoração, Fernanda Rodrigues, 44, aluga um box para armazenar 12 caixas de livros.
"Recebo livros desde a época da faculdade. Com o tempo, minha biblioteca cresceu e não cabia mais em casa. Quando descobri os 'self storages', não pensei duas vezes", conta ela, que, apesar de morar em um apartamento alugado de três quartos, não abre mão de seu armário.
"Enquanto não tiver meu imóvel próprio, essa é a melhor alternativa."
COMO FUNCIONA O SERVIÇO DE GUARDA-VOLUMES
O que é 'self storage'?
É a locação de unidades autônomas (boxes) para guardar qualquer tipo de bem, desde móveis até documentos.
Como funciona o serviço?
O box é alugado totalmente vazio, e o cliente fica responsável por guardar e organizar seus pertences. Somente o cliente tem acesso ao seu box, que fica trancado com seu cadeado ou senha pessoal.
Quanto custa?
Em média R$ 70 o metro quadrado.
Há boxes de todos os tamanhos?
Sim, pode ir de 1 m² a 100 m².
Por quanto tempo é possível alugar um box?
Não há tempo mínimo nem máximo, e o cliente pode retirar os objetos quando quiser, sem multa.
Quais garantias a empresa oferece?
Segurança 24 horas ao dia. Além disso, o contrato de locação inclui seguro contra extravio, roubo, incêndio e enchentes de acordo com o valor declarado pelo cliente.
Fonte: Asbrass (Associação Brasileira de Self Storage)
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