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31/01/2016 - 01h00

Com cinco templos, bairro da Saúde é reduto de budistas em São Paulo

FERNANDA ATHAS
DE SÃO PAULO

Da fachada do templo budista Honpa Hongwanji, em frente à praça da Árvore, dá para ver boa parte do bairro da Saúde, na zona sul de São Paulo. A região abriga cinco templos, de diferentes linhagens do budismo.

"É um dos locais que mais concentram praticantes da religião na cidade", diz Celia Oi, historiadora da Sociedade Brasileira da Cultura Japonesa e Assistência Social.

O templo está em uma parte alta do bairro, onde, segundo o monge Tettyo Sasaki, ficava uma chácara.

Raquel Cunha/Folhapress
Templo Honpa Honganji, no bairro da Saúde, em São Paulo
Templo Honpa Honganji, no bairro da Saúde, em São Paulo

"Antes do templo, na década de 1950, não havia nada nas redondezas. Tinha uma ou duas casinhas e o resto era mato", conta.

De acordo com Celia, durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses foram pressionados a sair do centro e acabaram indo para regiões periféricas. A Saúde foi escolhida pelo fácil acesso.

"Tinha transporte público. Era um jeito de manter comunicação com o resto da cidade sem morar no centro", diz.

Segundo ela, há mais japoneses vivendo na zona sul de São Paulo –Saúde e Vila Mariana– do que na Liberdade, bairro central famoso pela comunidade nipônica.

Por isso o grande número de templos. O Honpa Hongwanji, que fica na rua Changuá, 108, foi inaugurado em 1955 e recebe mais de cem pessoas nas celebrações e ofícios memoriais (rito equivalente à missa católica).

Já o templo Emyoji, da comunidade Nitirenshu, foi fundado em 1970 e fica na rua João Santa Maria, 289.

O imponente prédio branco com um símbolo budista dourado na fachada reúne cerca de 120 pessoas durante as maiores celebrações, como a cerimônia Tooro Nagashi, em homenagem aos antepassados. As visitas devem ser agendadas pelo telefone (11) 5073-3923.

GONGO

Localizado na avenida do Cursino, 753, o templo Higashi Honganji ocupa quase um quarteirão. Um gongo budista de 1,70 m de altura por 1 m de diâmetro fica exposto em frente ao prédio.

"Muitas pessoas vêm tocá-lo durante as celebrações de Ano-Novo", conta Hisa Mori, filha de um dos imigrantes fundadores do templo.

O reverendo Bunsho Obata, representante da linhagem honganji no Brasil, veio do Japão há um ano e diz que já se sente acolhido no bairro da Saúde. Ele faz aulas de português no próprio templo e quer que mais brasileiros conheçam a religião.

"A principal missão do budismo é respeitar a vida, em todas as suas esferas, e despertar para a verdadeira natureza das coisas", afirma.

Não é necessário agendar visita para conhecer o templo. "Celebramos vários ritos, como casamentos, nascimentos etc. Esse espaço está à disposição para a comunidade brasileira, são muito bem-vindos aqui", afirma Hisa.

 

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