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31/01/2016 - 01h00

Bairro da Saúde, na zona sul de SP, atrai famílias pelo acesso fácil

FERNANDA ATHAS
DE SÃO PAULO

Morar em uma casa sem muros nem grades no meio de São Paulo parece impossível, mas em algumas regiões do bairro da Saúde, na zona sul da capital, isso existe.

Em frente a um templo budista -ao todo são cinco no bairro-, longe das vias movimentadas, há uma casa sem muros, em que o jardim dá direto na calçada. Na mesma rua, outros imóveis sem cercas elétricas nem portões fechados compõem o cenário.

Raquel Cunha/Folhapress
Vista de dentro do templo Honpa Hongwanji, no bairro da Saúde, em São Paulo
Vista de dentro do templo Honpa Hongwanji, no bairro da Saúde, em São Paulo

Vizinha de bairros badalados como Vila Mariana e Paraíso, a Saúde é uma opção para quem deseja ter a infraestrutura da zona sul por um preço mais baixo.

O valor médio do metro quadrado na região para apartamentos novos é de R$ 10.510 -17% a menos que na Vila Mariana (R$ 12.650), segundo a consultoria imobiliária Geoimovel.

O bairro foi um dos primeiros da capital a receber o metrô, em 1974, junto com o Jabaquara. Duas estações cortam a região: Praça da Árvore e Saúde. Além do acesso fácil, um comércio ativo e uma rede de serviços ampla caracteriza o lugar.

"Aqui, encontro o melhor preço de arroz japonês em São Paulo. Nem a Liberdade [no centro] ganha", conta Emika Oikawa Inue, massoterapeuta que trabalha em um consultório na Saúde.

A região concentra um grande número de descendentes de japoneses.

"Desde 1908, quando desembarcaram os primeiros imigrantes no Brasil, vários vieram para cá, pois era mais barato para morar. Nos reuníamos para praticar ritos do budismo no fundo das casas, pois era proibido", conta Hisa Mori, 50, filha de um dos imigrantes que fundou o templo Honpa Hongwanji.

NOME EMPRESTADO

A Saúde é um bairro pequeno: fica entre as duas estações de metrô que cruzam a região, separadas por aproximadamente 900 metros. O nome do local, em compensação, é emprestado a áreas vizinhas, como Parque Imperial e Chácara Inglesa, localizadas no mesmo distrito.

Entre 2011 e 2015, 37 empreendimentos foram lançados por lá, de acordo com a Geoimovel. No mesmo período, a Liberdade recebeu oito.

Anunciado em dezembro de 2015, o edifício Link Saúde, da incorporadora You,inc. já teve 65% das unidades vendidas. Um imóvel de dois dormitórios e 51 m² no local custa a partir de R$ 480 mil.

"A maioria dos compradores é descendente de japoneses. Muitos dos clientes não conseguiram comprar no Paraíso ou Vila Mariana e migraram para lá", afirma Felipe Coelho, diretor comercial da You.inc.

Segundo Carlos Borges, presidente-executivo da Tarjab, construtora com cerca de 50 empreendimentos no bairro, "a região é completa".

"Além das estações de metrô, tem vias de acesso às marginais e ao litoral e uma boa rede de comércio", diz.

No entanto, se a ideia é morar em uma área com vida noturna agitada, incluindo circuitos de bares, baladas e restaurantes, a Saúde não é a melhor opção.

"É um local bem familiar. Muitas pessoas criam vínculo com o lugar e compram apartamentos para os filhos morarem quando saírem de casa", afirma Borges.

 

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