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14/02/2016 - 01h00

Bairro de origem industrial, Jaguaré, muda de perfil e recebe prédios

MATEUS LUIZ DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Projetado nos anos 1930 para ser um bairro industrial, o Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, sofreu uma transformação na última década: perdeu galpões e ganhou torres residenciais.

Segundo relatório da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, a região foi uma das que mais perderam área industrial entre 2000 e 2011 em São Paulo. Ao mesmo tempo, o bairro teve um ganho de mais de 50% de área vertical –a maioria prédios residenciais.

Raquel Cunha/Folhapress
Praça General Porto Carneiro, no Jaguaré, zona oeste de São Paulo
Praça General Porto Carneiro, no Jaguaré, zona oeste de São Paulo

Hoje, 49 mil pessoas vivem no bairro, que faz divisa com Osasco, na Grande São Paulo. Em 2030, serão 58 mil, de acordo com projeção da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

Boa localização é um dos principais motivos da mudança de perfil: o local tem acesso fácil às marginais Pinheiros e Tietê e às rodovias Castello Branco, Anhanguera e Raposo Tavares.

Outra razão é o preço do metro quadrado, bem mais barato do que em bairros vizinhos –em média, R$ 7.900 contra R$ 10.300 na Vila Leopoldina, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).

Foram os dois motivos que levaram a construtora Even a investir no local, afirma Marcelo Dzik, diretor da empresa. "É uma região bastante desejada, mas que ainda não tem um número grande de lançamentos. Então, tem um bom custo-benefício."

Nos últimos cinco anos, quatro prédios residenciais foram lançados no Jaguaré, segundo dados da consultoria Geoimovel. São imóveis do tipo econômico –o mais caro custa R$ 588 mil e tem 82 metros quadrados.

"O bairro ainda não é a bola da vez para as construtoras, mas a tendência é que aconteça o mesmo que aconteceu com a Vila Leopoldina há três anos [um boom imobiliário]. A hora do Jaguaré vai chegar", diz Valter Caldana, coordenador do curso de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Obras de controle de alagamentos e abertura de novas vias beneficiaram o bairro, de acordo com Caldana.

A região abriga uma favela às margens do rio Pinheiros: a Nova Jaguaré, que atualmente tem cerca de 12 mil habitantes. A área era para ser um parque público, mas o projeto nunca saiu do papel e, na década de 1960, foi ocupada por operários das fábricas locais.

Raquel Cunha/Folhapress
Vista do bairro do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo
Vista do bairro do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo

REDES VAREJISTAS

Nas vias que contornam o bairro, entre elas a marginal Pinheiros e a avenida Jaguaré, há grandes redes de varejo. Muitas se instalaram por lá recentemente, como uma unidade da Leroy Merlin, inaugurada em outubro do ano passado.

No miolo do Jaguaré, o cruzamento da avenida Presidente Altino com a avenida Bolonha concentra boa parte do comércio e do movimento do lugar.

Para os moradores antigos, que viram a transformação da área, o principal problema do Jaguaré é o trânsito.

"De manhã e à tarde as ruas ficam travadas, principalmente a avenida Corifeu de Azevedo Marques, Jaguaré e Presidente Altino", diz José Ferreira "Talkinho", 58, diretor do time de futebol Clube Atlético Jaguaré Unidos.

 

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