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21/02/2016 - 01h01

Paisagem do Tucuruvi, em SP, muda com grafites e prédios próximos a shopping

FERNANDA ATHAS
DE SÃO PAULO

Por trás dos painéis de grafite do Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, são erguidos cinco novos prédios por ano, em média, segundo dados da consultoria Geoimovel.

O processo de verticalização –lento se comparado com Santana, bairro vizinho que recebeu quase o dobro de edifícios desde 2011– se intensificou depois da chegada do shopping Metrô Tucuruvi, em 2013, na avenida Doutor Antônio Maria Laet.

O residencial You Tucuruvi, por exemplo, da You,Inc, está sendo construído a 500 metros do centro comercial e terá 120 apartamentos, entre 49 e 65 metros quadrados, em média. As unidades custam a partir de R$ 434 mil.

Outras construtoras já compraram casas no entorno do shopping, uma ao lado da outra, com o objetivo de construir prédios residenciais no local, de acordo com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo.

"Essas aquisições indicam que, assim que houver uma retomada na economia, a região vai se verticalizar", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do conselho.

O público-alvo dos empreendimentos são moradores de bairros vizinhos que querem ficar mais perto do metrô e do shopping sem abrir mão da área verde –uma das características preferidas de quem vive no local.

"Aqui é bastante arborizado, sempre vi muitos pássaros e, à vezes, no fim de tarde, saguis aparecem caminhando nos postes de luz. A qualidade de vida é muito boa", diz Binho Ribeiro, 44, grafiteiro e morador do bairro desde a infância. Ele estima que haja mais de 50 painéis de grafite no bairro.

MIRANTE

Das ladeiras do Tucuruvi é possível contemplar a serra da Cantareira e o centro da cidade. Além disso, a região fica próxima do Horto Florestal e do parque da Juventude.

Mesmo assim, o presidente da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, Hussein Abdo Elselan, 81, mais conhecido por Jamil, diz que sente falta de praças e parques distribuídos pelo bairro.

Ele, que está no Tucuruvi desde 1954, viu o verde virar prédio. "O bairro é bom, quase não há criminalidade, meus filhos cresceram e compraram casas aqui", diz ele, que não pensa em sair de lá.

Outro atrativo da região é o preço –mais barato do que em Santana. Segundo a Geoimovel, o metro quadrado no Tucuruvi custa, em média, R$ 7.630; em Santana, R$ 9.500.

"O cliente não vai se prejudicar indo para um bairro mais afastado, como o Tucuruvi, por causa da infraestrutura: lá tem metrô, shopping, área verde, comércio e vida noturna", diz Felipe Coelho, diretor comercial da You,Inc.

A maior reclamação da nutricionista Cláudia Nakamura, 27, moradora do bairro, é o trânsito. Todos os dias, ela sai de casa às 6h e dirige por uma hora até chegar ao bairro Santa Cruz, na zona sul. Na volta, pode levar até três horas para estar em casa.

Os piores nós do trânsito estão nas avenidas principais, como a Tucuruvi, Nova Cantareira e Água Fria.

"Não tem caminho alternativo. Sexta-feira é o pior dia. Eu gosto daqui, mas acho ruins tanto a distância quanto a falta de trajetos alternativos", afirma.

 

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