Paisagismo ajuda a reduzir pontos negativos de apartamentos térreos
LEANDRO NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Lixo jogado pelos vizinhos, alto custo de manutenção e falta de vista e de privacidade são alguns dos problemas que fazem com que o metro quadrado dos apartamentos térreos seja de 20% a 30% mais baixo que o de uma unidade padrão, segundo Paola Alambert, da Abyara Brasil Brokers.
"Há mais contras do que prós. As incorporadoras fazem apartamentos térreos porque precisam aumentar a área construída, ter mais receita e viabilizar o empreendimento", afirma.
Otavio Zarvos, sócio-fundador da Idea!Zarvos, diz ser possível resolver grande parte dos problemas com plantas adequadas e paisagismo.
Divulgação | ||
'Apartamento garden' do edifício Mirá, da Idea!Zarvos, que será inaugurado em dezembro no Alto de Pinheiros |
"Fazer apartamentos com janelas voltadas para a circulação é erro de projeto. Também não faria numa avenida muito movimentada por causa do barulho. Se o projeto for correto, só vejo prós", afirma ele, que mora há um ano e meio num apartamento térreo de sua construtora na Vila Madalena.
A Idea!Zarvos entrega três empreendimentos com unidades térreas até o final de 2017, todos na zona oeste de São Paulo. "Faço apartamentos térreos há 20 anos. As pessoas adoram", diz Zarvos.
Nos lançamentos térreos da construtora, os preços variam de R$ 11 mil a R$ 16,5 mil por metro quadrado. "Os preços vão subindo de andar por andar. A área de jardim custa um terço ou metade da área coberta", diz Zarvos. O que encarece esse tipo de planta é o tamanho total da área.
O edifício Mirá, que fica pronto em dezembro, no Alto de Pinheiros, tem projeto de Isay Weinfeld, paisagismo de Rodrigo Oliveira, janelas com tratamento acústico, 309 m² de área privativa coberta e 108 m² de área descoberta.
A construtora entrega a área com churrasqueira, chuveiro e jardim. Custa R$ 5,8 milhões, cerca de R$ 13,9 mil por metro quadrado. Para comparação, um apartamento no quinto andar do mesmo edifício sai por R$ 3,8 milhões. Com 210 m², cada metro quadrado vale R$ 18 mil.
A Brookfield inaugura dois empreendimentos com apartamentos desse tipo até junho. Cada um tem quatro unidades no primeiro pavimento, com área externa construída sobre uma laje. Das oito, seis já foram vendidas.
Marcus Leoni/Folhapress | ||
O casal Ricardo Gonçalves e Camila Bueno em unidade térrea de prédio na Vila Madalena |
O apartamento de 325 m² do Nova York Penthouses, no Brooklin, tem hall social privativo e terraços coberto e descoberto. Sai por R$ 2,4 milhões, cerca de R$ 7.300 o metro quadrado. Valor bem mais baixo que o de um apartamento no 25º andar do mesmo condomínio, que custa R$ 2,1 milhões, ou R$ 12,1 mil por metro quadrado da unidade, com área de 173 m².
Para Alambert, é um investimento de risco: "O público desse tipo de imóvel é muito específico, pode ser difícil revender".
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