Tendência internacional, jardim vertical na sacada é a nova varanda gourmet
BIBIANA GUARALDI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No ano passado, como parte do concurso francês de urbanismo reinventer.paris (reinventar Paris), arquitetos do mundo todo foram desafiados a criar projetos que representassem a cidade do futuro. Os 372 trabalhos apresentados tiveram um ponto comum: amplas áreas verdes compostas principalmente por jardins verticais.
Presente no evento parisiense, a presidente da incorporadora Gamaro, Angela Freitas, resolveu trazer a ideia para o Brasil e lançou no último dia 30 o empreendimento Seed -inspirado no condomínio Bosco Verticale (bosque vertical), de Milão.
Com entrega prevista para 2019, o prédio que será erguido na Vila Olímpia (zona oeste de São Paulo) tem o projeto botânico assinado pelo ambientalista Ricardo Cardim.
Divulgação | ||
projeção das varandas com jardim vertical do empreendimento Seed, da construtora Gamaro |
Cada imóvel terá até 4,8 m² de mata atlântica na varanda. Segundo Cardim, o uso de espécies nativas, além de contribuir para a recuperação desse tipo de vegetação, atrai menos pragas do que plantas exóticas, comuns no paisagismo.
A manutenção das áreas verdes será automatizada: o espaço estará conectado a uma estação meteorológica que realiza a irrigação conforme as variações do clima.
Segundo Vinicius Amato, diretor da incorporadora, 35% das unidades (que têm 81 m² ou 84 m² e custam a partir de R$ 765 mil) foram vendidas na semana do lançamento. O sucesso foi tanto que a incorporadora planeja lançar mais edifícios com a mesma proposta.
Outra que embarcou na onda verde foi a MDL, responsável pelo Medley, com apartamentos de 90 m² a 280 m², vendidos a partir de R$ 1,2 milhão. O paisagismo, assinado por Neusa Nakata, inclui jardins verticais nas áreas comuns do prédio.
De acordo com Fernando Trotta, responsável pelas operações da incorporadora em São Paulo, o investimento deu retorno. "Se comparado a outros revestimentos tradicionais, o jardim vertical é uma opção mais cara, mas traz conforto e aconchego. É um diferencial importante em uma metrópole", afirma.
Para a atriz Cristine Perón, 38, os jardins verticais do prédio foram definitivos para que ela decidisse comprar um apartamento no Medley.
"É uma coisa difícil de encontrar. No prédio, tenho a possibilidade de ter minha própria horta, de ser vizinha de uma parede verde."
INCENTIVO
Em março do ano passado, a Prefeitura de São Paulo incluiu no decreto que regulamenta o Termo de Compromisso Ambiental, a instalação de jardins verticais e coberturas verdes como opções para compensar intervenções na vegetação causadas pelas construções.
Marcella Nigro, coordenadora de comunicação do Movimento 90º (grupo que defende a instalação de jardins verticais), conta que, depois disso, o grupo passou a ser abordado por construtoras interessadas em ter projetos de jardins em seus prédios.
Para ela, mesmo que o interesse seja motivado por razões econômicas, é uma iniciativa interessante. "É claro que tem um apelo comercial grande, causa um impacto bacana. Mas até quem procura só para cumprir a lei acaba se conscientizando", diz.
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