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08/05/2016 - 02h00

Tendência internacional, jardim vertical na sacada é a nova varanda gourmet

BIBIANA GUARALDI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No ano passado, como parte do concurso francês de urbanismo reinventer.paris (reinventar Paris), arquitetos do mundo todo foram desafiados a criar projetos que representassem a cidade do futuro. Os 372 trabalhos apresentados tiveram um ponto comum: amplas áreas verdes compostas principalmente por jardins verticais.

Presente no evento parisiense, a presidente da incorporadora Gamaro, Angela Freitas, resolveu trazer a ideia para o Brasil e lançou no último dia 30 o empreendimento Seed -inspirado no condomínio Bosco Verticale (bosque vertical), de Milão.

Com entrega prevista para 2019, o prédio que será erguido na Vila Olímpia (zona oeste de São Paulo) tem o projeto botânico assinado pelo ambientalista Ricardo Cardim.

Divulgação
projeção das varandas com jardim vertical do empreendimento Seed, da construtora Gamaro
projeção das varandas com jardim vertical do empreendimento Seed, da construtora Gamaro

Cada imóvel terá até 4,8 m² de mata atlântica na varanda. Segundo Cardim, o uso de espécies nativas, além de contribuir para a recuperação desse tipo de vegetação, atrai menos pragas do que plantas exóticas, comuns no paisagismo.

A manutenção das áreas verdes será automatizada: o espaço estará conectado a uma estação meteorológica que realiza a irrigação conforme as variações do clima.

Segundo Vinicius Amato, diretor da incorporadora, 35% das unidades (que têm 81 m² ou 84 m² e custam a partir de R$ 765 mil) foram vendidas na semana do lançamento. O sucesso foi tanto que a incorporadora planeja lançar mais edifícios com a mesma proposta.

Outra que embarcou na onda verde foi a MDL, responsável pelo Medley, com apartamentos de 90 m² a 280 m², vendidos a partir de R$ 1,2 milhão. O paisagismo, assinado por Neusa Nakata, inclui jardins verticais nas áreas comuns do prédio.

De acordo com Fernando Trotta, responsável pelas operações da incorporadora em São Paulo, o investimento deu retorno. "Se comparado a outros revestimentos tradicionais, o jardim vertical é uma opção mais cara, mas traz conforto e aconchego. É um diferencial importante em uma metrópole", afirma.

Para a atriz Cristine Perón, 38, os jardins verticais do prédio foram definitivos para que ela decidisse comprar um apartamento no Medley.

"É uma coisa difícil de encontrar. No prédio, tenho a possibilidade de ter minha própria horta, de ser vizinha de uma parede verde."

INCENTIVO

Em março do ano passado, a Prefeitura de São Paulo incluiu no decreto que regulamenta o Termo de Compromisso Ambiental, a instalação de jardins verticais e coberturas verdes como opções para compensar intervenções na vegetação causadas pelas construções.

Marcella Nigro, coordenadora de comunicação do Movimento 90º (grupo que defende a instalação de jardins verticais), conta que, depois disso, o grupo passou a ser abordado por construtoras interessadas em ter projetos de jardins em seus prédios.

Para ela, mesmo que o interesse seja motivado por razões econômicas, é uma iniciativa interessante. "É claro que tem um apelo comercial grande, causa um impacto bacana. Mas até quem procura só para cumprir a lei acaba se conscientizando", diz.

 

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