Vagão de 1945 é transformado em espaço 'art déco' na Casa Cor

Ausente em apenas uma edição da Casa Cor São Paulo, o arquiteto e designer Léo Shehtman propôs um desafio diferente para sua nova participação: transformar um vagão de trem de 1945 em um espaço funcional.

O veículo foi usado como bagageiro pela antiga Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, mas estava desativado desde a década de 1980. Agora, virou o "Expresso Déco".

Com o crescimento da população em áreas urbanas, a ideia foi mostrar que é possível reutilizar estruturas, gerando conforto e praticidade a espaços pequenos.

A intenção é que o vagão seja um módulo, permitindo uma construção com tempo e custos menores do que nas moradias tradicionais.

"Torna-se de suma importância o papel do arquiteto para a concepção de soluções práticas e inovadoras tanto para habitar quanto para o convívio", diz ele.

	Raquel Cunha/Folhapress
	Parte externa do vagão, grafitada pelo coletivo Vollume BR, em exposição na Casa Cor

Segundo o arquiteto, nos Estados Unidos, por exemplo, vagões de trem são utilizados como residência desde a década de 1980. "Decidi fazer um projeto para mostrar que no Brasil também é possível", explica.

Shehtman priorizou a integração dos ambientes e colocou, em 40 metros quadrados, sala de estar e de almoço, área para banho e cozinha.

Na área externa, foi construído um deck que, além de dar acesso ao vagão, funciona como espaço de descanso. Foi revestido com porcelanato de madeira e conta com uma churrasqueira. A lataria foi grafitada pelo coletivo Vollume BR, reforçando a proposta urbana do projeto.

Painéis de madeira certificada revestem o ambiente interno. A decoração foi inspirada no movimento art déco, combinando estampas geométricas, peças metalizadas e itens de antiquários.

O tapete branco e preto foi desenvolvido pela By Kamy especialmente para o ambiente. O móvel-bar dos anos 1920 e a luminária de piso saíram do antiquário NN Antiques. Já a cadeira Hill House, clássico de Charles Mackintosh de 1903, foi cedida pela Began Antiguidades.

	Raquel Cunha/Folhapress
	Vagão de trem do arquiteto Léo Shehtman