Presente na Casa Cor, ideia da casa pré-fabricada é antiga na arquitetura

A unidade de morar pré-fabricada, autossuficiente e replicável é uma ideia cara à arquitetura desde o final da Segunda Guerra. Foi fundamental para os arquitetos metabolistas japoneses, que defendiam estruturas fabricadas nos moldes na indústria mecânica e que buscavam um espaço de eficiência máxima.

Três experiências inspiraram Rodrigo Mindlin Loeb durante os estudos da Casa Aqua: os módulos que o israelense-canadense Moshe Safdie fez no Canadá nos anos 1960, as experiências de Jean Prouvé (1901-1984) na França e a cabine minimalista que Renzo Piano ergueu na Vitra, na Alemanha, em 2013.

No plano Habitat 67, Safdie usou pré-fabricação para reduzir custos e unir as qualidades de uma casa espaçosa com as de um apartamento urbano. Com tamanhos e formas variados decorrentes de uma unidade referencial, os apartamentos foram empilhados de forma que cada unidade tivesse um jardim no teto, ventilação e luz natural.

Já Prouvé trabalhou num processo de construção de células habitacionais padrão que pudessem ser produzidas em massa e com rapidez, e que combinadas gerassem uma quantidade ilimitada de configurações de moradias.

	Raquel Cunha/Folhapress
	A fachada ventilada da Casa Aqua, que protege o interior do calor e reduz a umidade

Em 1973, começou a construção do edifício Ludres, na França. Era uma estrutura de oito andares, com 60 unidades, que foram produzidas numa fábrica e montadas no local. Os módulos eram levantados por guindaste, assentados e depois aparafusados.

Renzo Piano imaginava o espaço mínimo em que uma pessoa pode viver e, por isso, criou Diogene, uma cabine que pode servir como refúgio.

Com oito metros quadrados, tem espaço para sofá-cama, cadeira, mesa, banheiro e cozinha minúsculos. A água de chuva é captada e a energia vem de painéis solares. Pode ser desarmada e transportada para qualquer lugar. O nome homenageia o grego Diógenes de Sínope (413 - 323 a.C.), que dormia num vaso de barro.