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05/06/2016 - 02h00

Incorporadoras aceitam de carro usado a restituição do IR para imóvel novo

DÉBORA YURI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Divulgação
Vista da cobertura do empreendimento You Metropolitan, no Tatuapé (SP)
Vista da cobertura do empreendimento You Metropolitan, no Tatuapé (SP)

Feirões de imóveis, com descontos que superam 25%, e facilidades de pagamento que incluem dar carro usado, restituição de Imposto de Renda ou 13º salário como parte da entrada. Para contornar a crise econômica, incorporadoras estão oferecendo uma série de vantagens aos potenciais clientes.

Depois de promover quatro feirões no ano passado, a imobiliária Lopes lançou outro em março e planeja o próximo para o segundo semestre. Com atualização de valores, os descontos nas unidades podem chegar a 26%, segundo a diretora de atendimento Mirella Parpinelli.

"Reunimos diversas oportunidades em um só lugar. No último evento, foram 62 empreendimentos espalhados por São Paulo", diz. Os benefícios, completa, estendem-se aos incorporadores. "Com uma pequena verba de cada um, conseguimos fazer uma campanha grande, que atinge um público amplo."

Outra prática da empresa é o feirão de apenas um empreendimento –em maio, foram ofertadas unidades residenciais e comerciais de R$ 239 mil no Tatuapé (zona leste) e uma segunda rodada acontece desde sábado (4) até este domingo (5). "Com 15% de entrada, o cliente já podia se livrar do aluguel e morar ou trabalhar ali", diz. "É mais fácil tomar uma decisão num feirão desses, porque a grande vantagem é o desconto real."

Dante Seferian, CEO da construtora Danpris, afirma que o desaquecimento da economia deixa o mercado mais criativo. A construtora está comercializando imóveis sem entrada e também aceita de 13º salário a carro usado para quitar as parcelas. "O público percebe quando você oferece redução real de preço e mais facilidades", diz.

Hoje, os descontos no preço de imóveis da empresa podem ir de 15% a 20%. E as facilidades são distintas, de acordo com o público-alvo. Em empreendimentos econômicos, que têm parceria com a Caixa Econômica Federal, o cliente paga apenas o financiamento bancário. Quando ele já é dono de um imóvel e pretende adquirir um apartamento mais caro, a construtora aceita permuta.

"Acontece que 90% da compra de um imóvel, de maneira geral, precisa ser financiada com o banco. Nosso mercado é dependente disso, e os bancos não estão mais liberando crédito tão facilmente", afirma Seferian.

ASSISTÊNCIA
Com a campanha "Prontos para Morar", a construtora Even também concede vantagens na compra de uma casa ou apartamento. É possível pagar as primeiras parcelas de entrada com carro usado, além de receber assessoria gratuita para o financiamento bancário.

"Como o processo é trabalhoso, o cliente economiza tempo e dinheiro com a assistência e ainda pode dar o carro, no valor da tabela Fipe. A economia está difícil também para o setor automotivo", diz o diretor de incorporação Marcelo Dzik. A ação da empresa é voltada a empreendimentos remanescentes.

A Vitacon tem três opções de negócios. A construtora aceita imóvel em permuta, carro usado e o comprador pode escolher renda garantida por 18 meses. "Ele adquire a unidade mobiliada e a gente a coloca em nossa plataforma online de locação", diz o CEO Alexandre Lafer Frankel.

O público interessado é amplo, de famílias que querem trocar seu imóvel por um maior a casais jovens que estão comprando o primeiro apartamento e investidores, cita Frankel -os últimos são o alvo da modalidade de renda garantida. "Carro, já aceitamos há um ano e temos mais de 150 transações."

CAUTELA
Para Sylvio Capanema, professor de direito da FGV-RJ, a crise justifica as estratégias das empresas. "Modos de pagamento propostos não alteram o contrato de compra e venda, mas a lei exige que pelo menos 51% do valor do imóvel seja representado em dinheiro. Num contrato de permuta, o valor do imóvel antigo não pode ultrapassar esse percentual", afirma.

Ele recomenda cuidados com financiamento e multas por atraso. "Se usou o carro no financiamento, o valor deve constar no contrato. Se tiver havido venda anterior, é preciso verificar se o contrato foi rescindido e se ocorreu contestação entre as partes."

 

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