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04/07/2011 - 07h45

Gasto com imóvel deve comprometer de 20% a 30% da renda mensal

VICTOR HUGO ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antes de considerar o lugar em que se deseja comprar ou locar um imóvel, o primeiro passo a ser dado é fazer uma análise financeira de quanto se pode gastar na empreitada.

Comprometer entre 20% e 30% do rendimento mensal da pessoa ou da família com o valor da prestação ou aluguel do imóvel é a recomendação de especialistas ouvidos pela Folha.

É importante lembrar que o aluguel não é a única despesa do consumidor: há ainda custos de água, luz, gás, IPTU, entre outros, lembra Alexandre Lignos, consultor financeiro do portal de finanças pessoais IGF.

"Ele tem que fazer uma análise minuciosa, pois não se conseguir arcar com tudo, pode perder todo o valor já pago e o bem", avalia.

Além disso, é preciso computar os gastos com possíveis compra de móveis e reforma.

"Nos imóveis novos dificilmente se gasta menos de 5% do valor dele para mobiliá-lo. A média é de 15% a 20%", pontua.

Apesar do percentual de 30% ser a regra geral usada mesmo para a aprovação de crédito, há consultores que estipulam percentuais menores.

PRECAUÇÃO
É o caso de Gustavo de Carvalho Chaves, diretor da G9 investimentos, que avalia que, de modo geral, comprometer mais de 20% da renda mensal com compromissos financeiros de médio e longo prazo é bastante arriscado.

"O maior perigo é nesse meio tempo acontecerem situações como desemprego o que compromete o orçamento da família", complementa Ricardo Pereira, sócio-diretor da Dinheirama.

Principalmente em momentos como o atual em que há incerteza em relação à taxa de juros e seus reflexos sobre os índices corretores de contratos de locação e de financiamento de imóveis.

ENDIVIDADOS
Para quem já comprometeu mais do que 20% de sua renda com o imóvel, é hora de rever as prioridades.

Pereira aconselha a criar uma reserva de emergência que garanta o pagamento das despesas fundamentais da família por, no mínimo, seis meses para que os imprevistos não se tornem problemas.

Rodrigo Franco Gonçalves, sócio da consultoria Foco Financeiro, comenta que antes de entrar em um financiamento, é preciso considerar não só a renda mensal, mas também a despesa mensal e a existência de outras dívidas.

"Deixar uma folga de 15% do salário para uma reserva de emergência é o aconselhável, mas o ideal seria uma parcela de 30%", completa Lignos.

A diretora da consultoria Dinheiro Inteligente, Evanilda Rocha, diz que é importante ter em mente que normalmente o sonho da casa própria exige corte de gastos com relação a outras prioridades.

 

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