Vitrines de Natal trazem brilho e boas histórias

Diferentemente das comemorações que focam fatias de mercado, no Natal, o comércio comemora e vende para todos os públicos. A fim de fisgar o consumidor para dentro da loja, comerciantes tendem a apostar em uma poderosa ferramenta: a vitrine. Mas o que fazer para criar uma vitrine natalina que encha os olhos de quem a vê? Entre fórmulas tradicionais e inovadoras, especialistas no assunto dão dicas de como deixá-la mais atrativa.

Laura Falzoni, sócia do escritório Falzoni & Alves Lima, vê a data como a mais institucional de todas. "É a época de elaborar um espaço que abuse da decoração, mas não tão cheia de produtos, como se fosse mesmo um cartão de Natal."

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Vitrine de loja paulistana em clima natalino

Há quem discorde. Camila Salek, sócia-diretora da Vimer, responsável pela vitrine de fim de ano de uma grande loja de departamentos, recomenda fazer uma boa edição dos produtos que o público procura e apresentar na frente da loja. Salek lembra que o mês divide-se em dois grandes momentos. Primeiro o amigo-secreto; logo depois, o Natal. E um detalhe: expor o preço da mercadoria. "É obrigatório", reforça.

Com 25 anos de experiência em grandes decorações natalinas, Conceição Cipolatti, diretora da Cipolatti, sente que, comparado a outros países, o comerciante brasileiro ainda é tímido quando o assunto é investir na data. "Em termos comerciais, eu ainda não vejo uma adesão muito grande por parte dos lojistas", diz.

"Em Nova York ou Paris, há filas para ver uma vitrine", exemplifica. A especialista, que viaja o mundo em busca de ideias, diz que é possível ir do tradicional ao inovador, e mesmo assim cativar a audiência. "Vi um espaço com uma árvore muito simples, somente com bolas prateadas foscas e com caixas de presentes. Ficou bárbaro."

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Loja aposta em vitrine 'com história' para despertar emoção

De suas andanças, Cipolatti carrega a imagem de um pinheiro com botões de rosas vermelhas e uma árvore com borboletas no lugar de bolas. A ideia foi captada. Um shopping que leva a assinatura de Cipolatti ganhou esse ano uma panapaná (coletivo) de borboletas douradas.

Um artifício que até pouco tempo era classificado como cafona, o glitter é umas das apostas, recomenda Salek, que usou o brilho para colorir grandes renas douradas na vitrine de uma grife de roupas.

A especialista ainda lista o isopor e materiais sustentáveis na elaboração do espaço. "Uma cenografia pode ser bem-feita com R$ 500 de investimento."

Aos que não querem arriscar, Falzoni diz que o uso dos elementos tradicionais, a exemplo da figura do Papai Noel, luzes e as cores verde, vermelho e metalizados, sempre funcionam. "É como o pretinho básico, nunca sai de moda."

Em consenso, todas dizem que o espaço precisa contar uma história. Além disso, é necessário respeitar a identidade da marca. "Se é uma loja de jeans, porque não uma árvore com calças vermelhas penduradas?", qustiona Salek. E completa: "Uma vitrine de Natal está atrelada à emoção. Quando o resultado acontece, você atrai o cliente para dentro".