Martin Sorrell, da WPP, diz que o Brasil despertou interesse das grandes agências

Rafael Andrade/Folhapress

Martin Sorrell, presidente da WPP

O empresário britânico Matin Sorrell, presidente da holding WPP, um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo, acredita que o Brasil superará o PIB (Produto Interno Bruto) da França nos próximos anos atingindo o posto de quinta economia do mundo. Consequentemente, a tendência é de expansão do consumo e de crescimento dos investimentos em comunicação e publicidade.

"Essa é a década da América Latina", aposta Sorrell, que participou, por videoconferência, da mesa redonda "Comunicação, Crescimento Econômico e Desenvolvimento Humano", realizada na manhã de hoje pelo V Congresso da Indústria da Comunicação, em São Paulo.

O consumo das classes C e D no Brasil cresceu uma média de 10% por ano na última década, segundo o economista Claudio Frischtak. Nesse mesmo período, cerca de 37 milhões de brasileiros subiram à classe C e a concessão de crédito triplicou. "Esse crescimento econômico é acompanhado do crescimento dos gastos com publicidade e, de maneira inversa, esse mercado impulsiona a economia. O Brasil despertou o interesse de grandes agências de publicidade, reflexo da expansão do mercado brasileiro", analisou o economista.

Além da expansão do consumo, outra característica do povo brasileiro chama a atenção de empresas multinacionais. "O brasileiro é um consumidor muito exigente e apaixonado", analisa o egípcio Tarek Farahat, da empresa P&G, que representa grandes marcas como Ariel, Pantene e Oral-B. Segundo Farahat, o brasileiro é referência no consumo de produtos de higiene pessoal e beleza. "O brasileiro consome uma quantidade de condicionador de cabelo equivalente ao consumo de 20 chineses, dois americanos e dez russos", informa.

Para o empresário egípcio, o mercado da publicidade é muito criativo e considerado um dos melhores do mundo, mas há um desafio a ser enfrentado. "O custo de vida e o custo de produção são muito altos e isso pode comprometer o poder de investimento em propaganda".