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28/09/2012 - 07h00

Salões de beleza vão a escritórios de executivas atarefadas

DO "NEW YORK TIMES"

Neda Armian, 42, é uma produtora de cinema independente que trabalha em Manhattan e usa o horário do almoço para reuniões, e ao mesmo tempo lê e-mails e roteiros. "Dois dias por semana, trabalho até tarde devido à diferença de fuso com Los Angeles", diz. "É só parte da rotina". Mas se você está formando em sua mente a imagem de uma mulher viciada em trabalho, com a maquiagem escorrida, esmalte descascado e cabelos encardidos e presos por um lápis, é melhor pensar de novo.

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"Para mim, a maneira pela qual me visto e minha aparência sugerem meu gosto quanto aos filmes que produzo, e talvez indique se sou uma pessoa que está bem antenada e em contato com as tendências culturais", diz Armian, que tem cabelos castanhos e lustrosos, cortados na altura do ombro, penteados com uma risca lateral.

Graças ao recente lançamento de serviços como o Antonio Prieto Select, um salão móvel de beleza que Armian usa para manter as madeixas bem aparadas e penteadas com estilo, mulheres (e homens) que trabalham em escritórios começam a integrar suas rotinas de beleza às suas agendas frenéticas.

Yana Paskova/The New York Times
A executiva Meryl Rosen tem suas unhas pintadas em sala de conferência do escritório durante o expediente
A executiva Meryl Rosen tem suas unhas pintadas em sala de conferência do escritório durante o expediente

"As mulheres das grandes cidades estão tão ocupadas com seus empregos, famílias e vida que se torna difícil encontrar duas horas na agenda para ir ao salão em um horário que funcione bem para a cliente e o estilista", diz Antonio Prieto, dono de um salão convencional de beleza em Chelsea, explicando porque havia criado seu salão móvel.

O novo empreendimento conta com uma equipe seleta de cabeleireiros e maquiadores freelancers que, segundo ele, já atenderam clientes na imobiliária Corcoran, Google, Credit Suisse e no Museu Metropolitano de Arte. "A conveniência é um verdadeiro luxo em nossa época", diz Prieto.

Mas trazer o salão ao escritório tem seu preço. O salão móvel de Prieto cobra US$ 150 por uma escova (ante US$ 65 a US$ 70 no salão convencional), e os penteados especiais saem por US$ 200 (ante US$ 95 no salão convencional); a maquiagem completa custa US$ 200 (em lugar de US$ 125).

Para manter os custos alinhados aos preços médios em Nova York, o Manicube, um serviço móvel de manicures com clientes na Bain & Co., Ogilvy & Mather e Seyfarth Shaw, utiliza esmaltes de secagem rápida (que em geral custam US$ 2 a mais nas manicures convencionais), para concluir o trabalho em 15 minutos. O Manicube informa doar US$ 1 de sua tarifa por serviço à Kiva, uma organização de microempréstimos que ajuda empresários iniciantes.

Elizabeth Whitman e Katerina Mountanos, que trabalhavam no BeautyBar.com, fundaram a nova empresa em julho. "Nós sabíamos por experiência que ir à manicure era complicado para uma mulher que trabalha", disse Whitman. "Tínhamos de correr ao salão na hora do almoço, sair do trabalho antes que a manicure fechasse ou dedicar uma hora do nosso merecido descanso de sábado a uma visita ao salão".

"Tanto antes quanto depois de estudarmos administração de empresas, trabalhamos as duas no setor financeiro, e sabíamos que as empresas ofereciam serviços desse tipo aos homens há anos, entre os quais engraxates e barbeiros, e pensamos: por que não oferecer os mesmos serviços e facilitar a vida das mulheres?"

Ela está otimista quanto às perspectivas da empresa em outras cidades. "O mercado de Nova York na verdade é um dos mais difíceis de conquistar porque há um salão de manicure em cada esquina", diz Whitman. "Mas certamente ocorre uma perda de qualidade e de conveniência para quem recorre aos serviços desses salões".

Como Armian, Meryl Rosen, 31, diretora jurídica assistente do Gilt Groupe, site que promove liquidações de produtos de moda, tem uma agenda complicada, repleta de reuniões, conference calls e redação de documentos. "Com minha agenda lotada, não tenho tempo de ir a uma manicure fora do escritório nos dias de semana", diz Rosen. "Normalmente, ia ao salão perto de minha casa domingo à noitinha".

Yana Paskova/The New York Times
A produtora de filmes Neda Armian trabalha em seu escritório doméstico enquanto seu cabelo é feito
A produtora de filmes Neda Armian trabalha em seu escritório doméstico enquanto seu cabelo é feito

Agora, ela reserva online uma visita de uma manicure do Manicube, e recebe um e-mail confirmando o horário, com um anexo que permite atualizar sua agenda automaticamente. A companhia oferece 80 cores de esmaltes, e entre as mais populares recentemente estão Ballet Slipper, da Essie; Cajun Shrimp, da OPI;, e Particulière, da Chanel. "Tudo está estruturado para que o serviço seja descomplicado, mas também relaxante e divertido", diz Whitman.

Ainda que seja compreensível que uma empresa do ramo da moda como a Gilt tolere essas pausas, nem todas as companhias são receptivas a que seus funcionários cuidem da beleza durante o expediente, e muitas trabalhadoras não se sentem confortáveis nem em retocar a maquiagem durante o dia. (Pelas informações disponíveis, há trabalhadores que relutam até em aceitar as breves massagens aplicadas na mesa de trabalho que algumas companhias oferecem ao seu pessoal.)

Para esses trabalhadores tímidos, há o LeMetric Mobile Hair and Beauty Studio. Elline Surianello, proprietária do LeMetric Hair Center, na região central de Manhattan, desde 1987, recentemente adquiriu um furgão Mercedes-Benz Sprinter e o reformou como salão de beleza sobre rodas, e oferece escovas e cortes no veículo, que estaciona diante de um edifício de escritórios - mais ou menos como um caminhão de comida.

"Tempo e conveniência são um dos fatores mais importantes para as mulheres, e por isso existe uma necessidade definitiva de um serviço móvel que vá até as clientes cujos horários as impossibilitam de ir ao meu salão", diz Surianello, que sonha em sair pela estrada com seu furgão e dirigir seu salão de beleza móvel por todo o território dos Estados Unidos, um dia.

Tradução de Paulo Migliacci

 

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