Empresa usa sites pornôs para vender comida
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
Uma campanha virtual que custou um décimo do preço e gerou três vezes mais visualizações do que anúncios no Facebook, Twiter e Google. Esse é o resultado que a Eat24, uma empresa que faz intermediação de pedidos de entrega de refeição nos EUA, afirma ter conseguido com banners em sites pornôs.
A estratégia surgiu aos poucos, diz Amir Eisenstein, 40, gerente de marketing.
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress | ||
"Quando um cliente completa um pedido no nosso site, tem a opção de enviar um tuíte automático. Apareceram vários de atrizes pornô. Começamos a pagar por tuítes delas com créditos de comida. O passo seguinte foram os anúncios."
Eisenstein diz que quase um terço do tráfego da internet é em sites de pornografia, mas não se vê anúncios de empresas--só de outros produtos ou serviços pornô.
"As empresas não querem se associar ao tema", diz. Segundo ele, a Eat24 não tem esse receio: "A gente não discrimina, todo mundo come".
Para Felipe Wasserman, professor da ESPM, há pouca busca por publicidade nesses sites porque "a sociedade é conservadora" e as marcas ficam conhecidas pelo meio em que decidem anunciar. Ele diz que a estratégia também faria sentido para outros produtos, como videogames.
A empresa já fez uma campanha que tinha como alvo os fumantes de maconha, com o slogan de que a Eat24 era "o patrocinador oficial da larica" de cantores que verbalizam seu hábito, como o rapper Snoop Dogg.
Emerson Calegaretti, sócio da HelloFood, que oferece um serviço parecido com o da Eat24 no Brasil, diz que faria anúncios nesse tipo de site, mesmo que a marca fosse associada a conteúdo erótico.
"Para quem lida com transação [pedidos via web], isso é totalmente irrelevante."
Eisenstein diz que, ao lançar a campanha, não se sabia qual seria o resultado, pois "as pessoas não admitem que entram em sites pornôs".
Mas deu tão certo que ele tem até receio de que os concorrentes sigam a estratégia. "Talvez até já tenham começado a copiar. Eu não sei. Não entro em sites pornôs", diz o gerente.
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